Sespa coordena ações de combate à malária em área indígena de Jacareacanga
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Jacareacanga e o Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós (DSEI), realizou, de 14 a 30 de março, uma série de ações para combater a malária em área indígena no município de Jacareacanga.
De acordo com o Departamento de Controle de Endemias, desde o fim da década de 1950, Jacareacanga atrai pessoas para exploração desordenada de ouro na região, atividade que tem se intensificado recentemente em áreas indígenas, e causado o aumento de casos de malária na região.
Segundo a diretora do Departamento de Controle de Endemias, Adriana Tapajós, conforme dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP- Malária), o município é considerado endêmico para a transmissão da malária, tendo registrado 873 casos em 2017, 819 em 2018 e 2.223 em 2019. Já em 2020, o número de casos chegou 6.465, o que representa 35,13% do total de casos no Pará.
A coordenadora estadual de Malária, Paola Vieira informou que a maioria dos adoecimentos está ocorrendo em áreas indígenas, onde há a instalação e operação de garimpos ilegais. “Outro fator preocupante é o aumento vertiginoso de malária causada por P. falciparum, a forma mais severa da doença, com um aumento de 315,28% de pessoas infectadas em relação ao ano de 2019”, ressaltou.
Então, como resultado da articulação da Sespa com o município de Jacareacanga e o DSEI-Rio Tapajós, foram realizadas importantes ações na região entre as quais:
Levantamento entomológico, que teve como objetivo realizar o diagnóstico do comportamento das espécies de mosquitos da área, para entender de onde e como estão ocorrendo as transmissões na região, e a partir desse estudo possam ser definidas estratégias precisas para a redução da malária na área;
► Treinamento em Tecnologia de Aplicação de Inseticidas em Saúde Pública, com o objetivo de capacitar seis agentes de endemias municipais e quatro agentes que atuam na Saúde Indígena, que irão atuar no controle vetorial dos mosquitos transmissores da malária. O treinamento, inclusive, abordou temas relacionados às tecnologias de aplicação de inseticidas, principais modalidades de aplicação, métodos de controle vetorial (mecânico, biológico, legal, químico, ações educativas e controle integrado), formulação de praguicidas, toxicidade de praguicidas; atualização terapêutica da malária, tendo sido capacitados 31 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e do DSEI-Rio Tapajós, entre enfermeiros, agentes de combates a endemias, microscopistas, e outros profissionais envolvidos no Programa da Malária;
► Intensificação das ações de controle da malária no garimpo Juarizal, com o diagnóstico e tratamento da malária, instalação de mosquiteiros impregnados de longa duração (MILDs);
► Intensificação das ações de controle da malária em aldeias e garimpos do rio Kabitutu, por meio de diagnóstico e tratamento da malária, instalação de MILDs e articulação com lideranças para definir estratégia de ação de controle para a região;
► Elaboração de um documento de pactuação traçando estratégias e responsabilidades para cada órgão competente com a finalidade de reduzir a malária no município.