Animais recebem cuidados e auxiliam no combate a criminalidade no Pará
Quatorze de março é o dia dedicado nacionalmente aos animais. No Estado do Pará, cães e equinos recebem, diariamente, os cuidados e atenção necessários e, juntamente com os profissionais da segurança pública, são utilizados de maneira diferenciada e com estratégias na prevenção e combate ao crime, desde a utilização dos equinos no tratamento de pessoas com deficiência por meio da equoterapia, até o emprego em grandes operações de apreensão de drogas, por exemplo. O Comando de Missões Especiais (CME) é vinculado à Polícia Militar do Estado do Pará e reúne o Batalhão de Ações com Cães (BAC) e o Regimento de Policia Montada.
Tanto os cães quanto os equinos são acompanhados diariamente por uma equipe multiprofissional, composta, por exemplo, por médicos veterinários, adestradores, policiais que acompanham a saúde e o bem estar dos animais, além de transmitirem afeto e companheirismo.
“Nós procuramos atuar de todas as formas em prol da segurança pública, não só com equipamentos, com integração, com inteligência, com sistemas, mas também utilizando todos os outros meios, inclusive os animais. no batalhão de cães da PM e das outras forças de segurança a atuação se dá, especialmente, no tráfico de drogas, na detecção de explosivos e outros rastreios que os cães podem fazer tendo em vista o faro que possuem. A cavalaria também é muito importante no policiamento, muito utilizada em manifestações, em partidas de futebol, por exemplo,” explicou o secretário de segurança pública e defesa social, Ualame Machado.
Atualmente, em todo o Estado, há 76 equinos, sendo 52 em Belém, 16 em Santarém e oito em Marabá, cidades polos que reúnem os planteis. O policiamento montado possui uma grande efetividade no policiamento ostensivo e preventivo. Sejam em realização de eventos esportivos, manifestações populares ou em operações policiais de repressão à violência, os animais podem ser empregados. Por meio dele é possível alcançar uma proximidade muito grande com a população, devido à sociabilidade dos animais e é neste momento que começa uma aproximação de pessoas e faz com que a policia vá exercendo o seu papel de ser próxima da comunidade. Neste contato estreita-se o laço com os moradores daquele local, proporcionando o aumento da confiança com os profissionais da segurança pública, como pode ser observado nos bairros da Cabanagem e Benguí, pertencentes ao programa de governo Territórios pela Paz (Terpaz).
Já o cão policial é o quinto profissional de segurança pública que compõem uma guarnição. Por meio da operação Atilas eles atuam em diferentes frentes e podendo farejar entorpecentes e explosivos. Os cães também participavam de demonstrações em escolas, praças e eventos educativos, quando permitido e mantido todos os cuidados de prevenção à Covid-19. No BAC estão presentes 29 cães das raças Pastor Alemão, Pastor Belga Malinois, Labrador e Rottweiler, definidas como algumas das raças mais eficientes para o trabalho policial.
No treinamento, o binómio homem-cão recebe prioridade. Primeiro o profissional recebe o treinamento e em seguida o animal para que a relação atinja o máximo de cumplicidade e produtividade no momento da ação. Desta forma, o cão consegue ter 100% de assertividade, em especial na apreensão de entorpecentes por possuir um faro 300 vezes maior que o ser humano, detectar a passagem de uma droga pelo local até quatro dias depois, além de possibilitar um raio de atuação muito maior.
Maternidade - A primeira maternidade canina militar de Belém deverá entrar em funcionamento em breve. Uma conquista histórica para a unidade, que vai passar a trabalhar com o manejo reprodutivo dos cães. Além das instalações físicas, o BAC vai adquirir equipamentos técnicos especializados, como aparelho de ultrassonografia, incubadora neonatal, equipamentos laboratoriais e cirúrgicos e 30 boxes com solários, onde serão alocados os novos cães. O prédio da maternidade será instalado na sede do Batalhão, na avenida Brigadeiro Protásio, bairro do Marco, em Belém.
“A Policia Militar quando teve início, lá em 1818, o regimento foi a primeira unidade da PMPA. E hoje nós mantemos a tradição e sabemos da importância dos equinos para o bom andamento da corporação na redução dos índices de criminalidade. Com relação ao BAC, estamos construindo a maternidade para que possamos fazer a reprodução animal das nossas matrizes dentro da nossa corporação, sem o custo de compras de caninos para que a gente possa no futuro estar presente nas 13 regionais do interior do Estado com canis setoriais. Um cão farejador de drogas faz o trabalho que 100 policiais não conseguem fazer, devido a sua característica de faro aguçado, bem treinado. Utilizar um cão de faro é um fator decisivo para aumentar o número de apreensão de drogas e com isso possamos diminuir a quantidade de drogas em circulação, como vem sendo feito desde 2019”, contou o comandante geral da PM, Coronel Dílson Júnior.
Capacitação – Para atuar com os animais, o profissional é capacitado de maneira especial. É possível realizar cursos oferecidos no próprio Estado quanto a nível nacional, para posterior multiplicação local. Entre os cursos que habilitam os profissionais a lidarem com esses animais estão de policiamento montado, curso de cinotecnia e curso de condutor de cães.
“Eles são indispensáveis e realmente fazem a diferença. Eles têm um instinto, uma capacidade detectora e sensorial muito melhor do que o ser humano, em alguns aspectos, então eles são indispensáveis no policiamento. Muitas missões tiveram êxito por conta da presença de cães farejadores, a presença da cavalaria em massa trabalha numa dispersão muito melhor do que os homens, então eu diria que sem a cavalaria e o canil o Comando de Missões Especiais estaria deficiente”, avaliou o comandante do CME, Coronel André Henrique.