Adepará realiza controle de raiva em Acará
Captura de morcegos é parte da rotina da Agência no controle da população da espécie, que pode atacar animais de propriedades rurais e transmitir a raiva
Captura é feita com rede em área onde o animal costuma atacarAgentes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) capturaram morcegos hematófagos, no município de Acará, no nordeste estadual, na noite de ontem (9). A captura é feita à noite, quando os morcegos saem em busca de alimentos, e a armadilha, uma espécie de rede, é posta na área onde o animal costuma atacar.
A ação faz parte do Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros, executado no Estado pela Adepará. A captura e controle dos morcegos hematófagos são ações previstas pela Instrução Normativa (IN), n° 5, de 1° de março de 2002.
Esta foi a terceira visita dos técnicos a propriedades do município. A captura de morcegos faz parte da rotina dos técnicos da Agência, em todo o território paraense, e o objetivo é controlar a população de morcegos que, além de atacar animais das propriedades rurais, podem ser potenciais transmissores da raiva.
A ação precisou ser realizada após constatação de foco de raiva no município, em novembro de 2020. “Por isso, agora estamos realizando o trabalho de controle da doença, com a notificação das propriedades próximas ao local onde foi constatado o foco, e a captura de morcegos com os quais trabalharemos para realizar o controle populacional, em um raio de até 12 quilômetros do perifoco, onde foi constato o foco da raiva”, informa o gerente regional de Abaetetuba, Manoel Cardoso, coordenador da ação.Após a captura é feito o trabalho de controle das colônias
Após a ação de captura dos morcegos é realizado o trabalho de controle das colônias dos morcegos hematófagos, com o uso da pasta vampiricida, aplicada nas costas dos animais. “Como eles têm o costume de lamberem-se, essa pasta é espalhada e conseguimos fazer o controle populacional da doença”, explica Manoel. Depois da captura, 10 % do total de morcegos capturados seguem para realização de pesquisa do vírus da raiva.
Fazem parte deste grupo de trabalho a Fiscal Estadual Agropecuária (FEA), médica veterinária Andréa Nobre e as notificações e captura no momento está sobre ação dos AFAs Wellinton Lemos e Jucivaldo Monteiro.
Morcego hematófagos, popularmente conhecidos como morcegos vampiros, se alimentam exclusivamente de sangue de vertebrados. Há apenas três espécies no mundo, que ocorrem somente nas Américas. Duas atacam aves (Diphylla ecaudata e Diaemus youngii) e uma ataca aves e mamíferos (Desmodus rotundus), sendo esta última a principal transmissora da raiva em herbívoros na Amazônia.
Doença - A raiva é uma zoonose transmitida de animais para o homem e tem taxa de mortalidade próxima a 100%. A Adepará, por meio do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), estabelece o controle da doença, além de desenvolver atividades associadas a outras medidas profiláticas e vigilância.
Nos animais doentes, a raiva apresenta sintomas como: salivação intensa, tremores musculares, incoordenação, ranger de dentes e dificuldade respiratória.
Controle - O Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras Encefalopatias Transmissíveis (PECRH) tem como objetivo atingir a excelência no controle da raiva, contribuindo assim, com o crescimento da pecuária, diminuindo os prejuízos e colaborando com a saúde pública.
O PECRH estabelece suas ações visando reduzir a prevalência da doença na população de herbívoros domésticos no Estado do Pará, contribuindo assim, para a diminuição dos prejuízos econômicos na Pecuária e dos riscos para a saúde pública. Esse objetivo é alcançado por meio da vacinação estratégica de espécies susceptíveis e do controle populacional de seu principal transmissor, o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus, associados a outras medidas profiláticas e de vigilância.
SERVIÇO
Em caso de suspeita da doença, o produtor rural deve imediatamente notificar a ocorrência no escritório da Adepará mais próximo do seu município, assim como pode notificar a presença de abrigos de morcegos na propriedade ou nas proximidades.