Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
DIREITOS HUMANOS EM CENA

Professores e coordenadores conhecem formas de aliciamento de jovens

Por Redação - Agência PA (SECOM)
07/04/2017 00h00

As principais formas de aliciamento de jovens foram abordadaa nesta sexta-feira (7), na palestra que abriu o último dia do evento de formação de professores e coordenadores pedagógicos dos projetos “Direitos Humanos em Cena” e “Trabalho, Justiça e Cidadania - TJC”, desenvolvidos pela Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e Amatra 8 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região). A formação foi realizada na Escola Salesiana do Trabalho, no bairro da Pedreira, em Belém.

A psicóloga Roberta Flores destacou três formas de ocorrência do aliciamento, na palestra “Conceito de Tráfico de Pessoas, Finalidades, Rede de Atendimento e Política de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”. “Um deles é a proposta voltada para o esporte, principalmente para jogadores de futebol. Eles convidam esse adolescente para ir para a categoria de base, de repente o Flamengo ou Corinthians, times realmente conhecidos, quando, na verdade, eles até têm vinculação com alguma escolinha de futebol, mas usam isso apenas como um chamariz para os adolescentes. Na verdade, a proposta é de aliciamento para exploração sexual”, destacou Roberta Flores.

A segunda forma, disse a psicóloga, é trabalhar com o sonho das meninas de trabalhar como modelo e conseguir fama. “Outro ponto é em relação à população LGBT, usando a rejeição da família, e os inúmeros benefícios que eles podem encontrar se aceitarem a proposta do aliciador”, explicou.

A programação promovida pela Sejudh e Amatra 8 contou com oficinas, palestras e debates sobre temas como abuso e exploração sexual, trabalho infanto-juvenil, tráfico de pessoas, violência familiar, diversidade de gênero e sexualidade, trabalho escravo e direitos humanos.

Multiplicadores - Leila Silva, coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo da Sjudh, ressaltou a importância da parceria entre as escolas e o projeto “Direitos Humanos em cena”, para que os professores “sejam multiplicadores para os alunos dentro da escola”.

Segundo ela, em 2016 o objetivo foi trabalhar apenas com o 9º ano do ensino fundamental, e neste ano a proposta é trabalhar com todos os alunos do ensino fundamental II. “Para isso, a gente precisa capacitar esse professor, para ele ser multiplicador em sala de aula”, frisou Leila Silva, informando que nas próximas etapas do projeto com as escolas atendidas “vamos fazer o acompanhamento desses professores em cada escola, o acompanhamento dessa multiplicação em sala de aula. Depois, vamos ter várias culminâncias, quando esses alunos vão expressar o que eles aprenderam com os professores”.

Ewerton Ruggeri, professor técnico de mecânica automotiva da Escola Salesiana do Trabalho, disse que a formação fornecida pelo projeto agrega conhecimento. “A relação de direitos do ser humano possui um papel de fundamental importância para conscientizar os alunos sobre os direitos que eles têm e como acontece a violação desses direitos, tanto para eles, quanto para seus familiares. Nós, como professores, somos multiplicadores dos assuntos que estão sendo abordados aqui, e essa relação entre os facilitadores, os professores e os alunos vai criar uma rede de informações para que essas pessoas se informem cada vez mais”, reiterou.

Aliciamento - A programação da manhã desta sexta-feira prosseguiu com a palestra “Consequência físicas e psicológicas do tráfico de pessoas, prevenção e notificação”, ministrada pela assistente social Angélica Gonçalves, diretora da ONG Só Direitos. Ela falou sobre as dificuldades que jovens aliciados têm para denunciar os criminosos. “A figura do aliciador pode ser uma pessoa próxima, que conhece a tua vida, que conhece tua história, que sabe dos teus sonhos. Ele vai explorar justamente isso. É uma pessoa em quem geralmente você confia, então isso facilita o aliciamento, que você jamais imaginou que iria te levar a uma situação de exploração”, enfatizou Angélica Gonçalves.

Neste ano, o Projeto Direitos Humanos em Cena conta com a parceria do programa nacional “Trabalho, Justiça e Cidadania -TJC”, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, e da Amatra 8.

Rede fortalecida - “A parceria com a Associação dos Magistrados da 8ª Região foi importante para a gente poder traçar metas e não sobrepor ações”, disse Leila Silva. Segundo ela, “os juízes associados da Amatra 8 e os juízes voluntários do Tribunal de Justiça se aproximam da rede da escola, e fazem com que essas redes sejam fortalecidas através de disseminação dessas informações sobre garantia dos direitos trabalhistas, lei do menor aprendiz, lei do jovem aprendiz e a questão do trabalho escravo. A Amatra e o Tribunal Regional do Trabalho vêm para garantir que esses professores sejam formados e passem a ser formadores de opinião na questão trabalhista”.

O projeto busca a qualificação da comunidade escolar em relação às temáticas de direitos humanos, em parceria com o “TJC”, levando o assunto para o espaço escolar, a partir da arte cinematográfica, atendendo escolas da periferia dos municípios de Belém e Ananindeua.