Centro para reabilitação de pessoas com deficiência será entregue em janeiro
Cento e cinquenta operários vêm trabalhando diariamente para entregar, até janeiro de 2018, as obras civis do I Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação para Pessoa com Deficiência (CIIR) do Pará. O complexo ocupa uma área de 45 mil m², onde funcionaria um terminal hidroviário em Belém. O espaço foi todo readequado para abrigar o Centro, e assim não desperdiçar o recurso público. A previsão é que os primeiros atendimentos já iniciem em fevereiro.
O espaço conta com cinco módulos, totalizando 15 mil m² de área construída. No primeiro módulo funcionarão os consultórios médicos; no segundo, os setores de fisioterapia e reabilitação; no terceiro, a área administrativa com diretoria, almoxarifado e outras dependências, e no quarto módulo a oficina de próteses, o espaço para realização de artes cênicas e a biblioteca.
O quinto e último é a Ruína, prédio restaurado de uma antiga igreja construída em uma fazenda pertencente aos mercedários, que ficava às margens do rio. Com o passar dos anos, o espaço foi transformado em depósito e, por fim, área da antiga Empresa de Navegação da Amazônia (Enasa). Agora, abrigará a lanchonete do Centro.
De acordo com o engenheiro Arnaldo Dopazo, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), a obra já está na fase de acabamento. “Inicialmente, no local funcionaria o Terminal Hidroviário de Belém, por isso a construção demorou um pouco mais, por se tratar de uma readequação. Já estamos com 90% de obra concluída e a entregaremos em janeiro, sem dúvida”, garantiu o engenheiro.
Referência - O objetivo do CIIR é oferecer, no mesmo espaço físico, serviços nas áreas de saúde, educação e esporte, facilitando a integração e inclusão de pessoas com deficiências à sociedade. No Pará, hoje, há quase 1,8 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência - aproximadamente 24% da população -, de acordo com dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é que o CIIR atenda 500 mil pessoas, e se torne referência para o Brasil nesse tipo de atendimento.
O Centro oferecerá atendimento médico especializado em diversas áreas, como otorrinolaringologia, oftalmologia, psiquiatria, neurologia, neuropediatria, ortopedia, fisiatria, odontologia e nutrição. Haverá, também, laboratórios de reabilitação, incluindo sala para terapia de grupo, terapia global, reabilitação respiratória e fonoaudiologia, além de oficinas de órteses e próteses, piscina para reabilitação, auditório e biblioteca.
“O CIIR fará parte do Projeto Existir, programa que tem por finalidade garantir ações na saúde, educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência. Haverá consultas, atenção básica de saúde e até alta e média complexidade. Será um espaço de referência com tecnologia de ponta para atender pessoas em todos os graus de deficiência, uma espécie de hospital regional que fortalecerá todas as outras ações que o governo do Estado já executa para essas pessoas”, disse Heitor Pinheiro, titular da Secretaria de Integração de Políticas Sociais (Seeips).
“Cidade de reabilitação” - Heloisa Guimarães, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) ressaltou a importância do CIIR. “Este Centro é um sonho desejado pela grande parte dos paraenses, que são, convivem ou que conhecem alguém que possua alguma deficiência, seja ela física, visual, auditiva, mental ou de qual natureza for. Qualquer pessoa consegue se sensibilizar vendo a luta pela superação que pessoas com deficiência travam quando há tratamento fragmentado, quando esse paciente precisa ir a diversos locais para ser atendido. Então, surge o CIIR, que será como uma grande ‘cidade de reabilitação’. Um espaço amplo, bonito, de frente para o rio, arejado, cheio de natureza, todo planejado com muito entusiasmo e atenção para acolher da melhor maneira cada paciente”, explicou.
Ainda de acordo com a secretária adjunta, haverá veículos para transportar os pacientes pelo Centro, um local muito amplo, consultórios médicos de várias especialidades e um espaço que reproduz o cenário de uma casa, para ele e seu cuidador aprenderem as melhores técnicas para levantar da cama, se locomover e tantas outras especificidades.
“Apostamos fortemente na hidroterapia. A piscina do Centro, por exemplo, terá elevador para cadeirante e água morna o tempo todo, para que desde crianças até idosos tenham esse tipo de treinamento. Além disso, um centro completo de especialidades odontológicas para fazer toda a reabilitação com segurança e, por fim, uma ‘Oficina de Reabilitação’, onde poderá trabalhar técnicas de sensibilidade e desenvolver sentidos nessas pessoas, trazendo também a família para participar de todo o processo. A ideia é que seja um centro formador de pessoas e de profissionais, uma referência nesse atendimento para o norte do Brasil”, enfatizou Heloisa Guimarães.