Polícia Civil orienta veranistas que pretendem alugar imóveis neste fim de ano
Somente em 2020, 500 pessoas caíram no golpe do imóvel fácil. Práticas simples podem evitar dor de cabeça
Com a continuidade da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, a recomendação dos órgãos de saúde, para quem deseja aproveitar as festas de fim de ano, é de que as pessoas continuem em casa e evitem aglomerações. Mas, apesar dessa orientação, a procura por imóveis no interior do Estado para o período é grande e, junto com ela, a demanda crescente de criminosos que se aproveitam do descuido dos turistas para aplicar golpes com aluguéis de imóveis.
Somente este ano, a Delegacia de Estelionato e outras fraudes (DEOF), vinculada a Divisão de Investigação de Operações Especiais – (DIOE), já registrou 500 ocorrências deste tipo. A cada 10 dias, quase 20 pessoas se tornam vítimas. O crime pode ser evitado, segundo o titular da DEOF, delegado Ivens Carvalho Monteiro.
“É preciso desconfiar de preços baixos. É uma forma de atrair vítimas. É preciso desconfiar de quem exige rapidez no pagamento, dizendo que têm outras pessoas interessadas, dizendo que esse preço é só até aquele dia. Exija o documento da propriedade e do proprietário, compare os dados e veja se a pessoa é quem ela diz ser”, alertou.
Contratos, fotos e documentos de água e energia, que eram sinônimos de garantia e segurança, hoje são facilmente falsificados. Segundo o delegado, é preciso tomar cuidado com os sites de compra e venda, já que o acesso a esses espaços virtuais é facilitado pelas plataformas. Prática que ajuda estelionatários a conseguir vítimas facilmente. A recomendação é dar preferência para corretoras e a velha prática da referência é sempre válida.
“São comuns os casos de pessoas que encontram imóveis em sites de classificados ou em redes sociais, veem as fotos, depositam o dinheiro na conta de uma pessoa mesmo sem visitar o imóvel em função do preço que geralmente é muito abaixo do mercado. Feito o depósito, quando a pessoa se dirige até o local para começar o período de locação, a vítima descobre que o imóvel está vazio ou ocupado por pessoas que alugaram de forma legal.”, disse o delegado Ivens Carvalho Monteiro.
Cuidados na prática:
Pesquisa – Desconfie de preços abaixo do praticado no mercado. Sites de vendas e redes sociais nem sempre são um bom negócio. Dê preferência para locar de pessoas conhecidas ou com boas referências. Guarde todas as conversas e comprovantes. Redobre a atenção quando o telefone do locatário for de outro Estado. Se o anunciante se recusar a receber visita para conferir a casa, não faça negócio.
Visita - Se for possível visitar o imóvel, a recomendação é que o primeiro contato seja feito em um local público. Exija documentos do proprietário e da propriedade e compare os dados. Caso a visita ocorra, dê a preferência para o horário comercial e sempre faça a visita acompanhado.
Pagamento – Não deposite nenhum valor financeiro antes de ter todas as garantias que a transação é legal. Desconfie se a conta bancária for de uma terceira pessoa ou se a agência for de fora do Estado. A consulta deste tipo de informação é facilitada na internet.
Para quem trabalha dentro da legalidade, esse tipo de crime prejudica a imagem da categoria e até dificulta a relação com os turistas. Cristina Moreira aluga imóveis na cidade de Salinópolis há seis anos. Ela diz que casos de estelionatos cresceram muito ao longo dos anos e são comuns no período de veraneio: “Para quem tem de fato casas para alugar, fica desacreditado. Eu sou o tipo da pessoa que dou o máximo de informações aos clientes. Eu dou garantias, mostro minhas redes sociais, por exemplo. Eu já vi pessoas que vieram até a Salinas para passar o réveillon e tiveram que voltar para a cidade de origem por causa de golpe”, finalizou.