Prainha, no oeste do Pará, ganha Terminal Hidroviário de Passageiros e Cargas
Nova estrutura gera empregos e renda, facilita a mobilidade dos moradores e aquece o turismo local
Momento da entrega, pelo governador Helder Barbalho, do novo Terminal Hidroviário de Prainha, no oeste do Pará, nesta quarta-feira (11)O governador Helder Barbalho inaugurou oficialmente hoje (11), o Terminal Hidroviário de Passageiros e Cargas do município de Prainha, na região da bacia hidrográfica do rio Amazonas, no oeste do Estado. O ato de entrega, previsto na agenda oficial, ocorreu no final da manhã desta quarta-feira, após a inauguração do Terminal Hidroviário de Curuá, na mesma região. Com estas entregas, a atual gestão do governo do Estado já construiu 4 Terminais deste tipo.
"O Terminal Hidroviário é fundamental para Prainha que tem os rios como principal porta de entrada para receber pessoas e produtos. Hoje podemos vir aqui para realizar essa entrega. Nós temos um grande compromisso com todos daqui. Estamos trabalhando para pavimentação de importantes trechos de ruas e estradas aqui da cidade. Fazemos isso para garantir o bem de toda população, além de efetivar a integração regional", destacou Helder.
Moradores festejaram o equipamento que tem terminal de cargas, carrinhos para bagagens, cadeiras, guichês, banheiros adaptados etc O novo terminal hidroviário tem 405,69m² de obra civil, que compreende terminal de cargas, carrinhos para bagagens, cadeiras, guichês, sala para órgãos de defesa social, televisões, bebedouros, banheiros adaptados, tem sinalização e paisagismo.
Já a obra naval compreende duas rampas cobertas de 25 metros cada; duas rampas de 30 metros cada; uma rampa de 30 metros para acesso ao flutuante metálico coberto, além de sistemas de amarração e fundeio para embarcações. A nova estrutura substitui o antigo terminal hidroviário que foi construído totalmente em madeira e já apresentava sinais de avarias.
Para o secretário de Finanças do município de Prainha, Jurandy Xavier, "Esse momento é especial porque o terminal hidroviário vai atender toda a nossa região. Os rios são considerados as nossas estradas, por isso, esse anseio que era de todos finalmente foi atendido e agora temos estrutura adequada e uma oportunidade de renda", comenta.
Com linhas para Santarém, Manaus, Belém, entre outros destinos, o terminal tem demanda estimada para três mil passageiros por mês A estrutura entregue na gestão do governador Helder passar a ser gerenciada pelo município. A estimativa é que a unidade deve atender mais de três mil passageiros por mês. O terminal serve como rota aquaviária para Linhas com destino para Santarém, Manaus, Belém, Macapá, Laranjal do Jari e Altamira, além de ser um entreposto entres os municípios da região.
"O Terminal Hidroviário de Prainha já considerado ponto turístico da cidade, é uma obra que a população já esperava, representa uma ferramenta pública moderna e que vai melhorar a qualidade dos serviços. A obra só foi possível porque foi aprovada e homologada pelo então Ministro do Portos, Helder Barbalho, que hoje é nosso governador", destaca Hugo Hachem, presidente em exercício da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH).
A obra realizada pelo Governo do Estado, por meio da CPH gerou 70 empregos diretos e 25 indiretos. Após entrar em operação, a estimativa da administração do espaço é que mais 7 empregos diretos foram criados no município além da geração de renda indireta para 15 motoristas de táxi, 20 mototaxistas e 30 carregadores.
Para a permissionária que trabalha na lanchonete do terminal, a construção do novo porto garantiu mais renda e qualidade a vida dos moradores. "Melhorou muito com o embarque e desembarque das pessoas. Estou tendo um bom retorno. Antes tinha um movimento fraco. Não era legal. Agora sim está legal. Era o nosso sonho ter um terminal assim, nosso sonho foi realizado", avaliou a vendedora Valdicleia Ramos de Freitas.
Governador posa para foto no cais do Terminal Hidroviário de Prainha, que conecta diversos municípios às belezas naturais da regiãoAlém das cerca de 29 mil pessoas que vivem no município, o novo terminal vai beneficiar toda a região ao redor da cidade. O comércio regional é abastecido com os produtos que chegam pelo rio Amazonas. Na Vila de Jatuarana, distante 40km da sede municipal prainhense, o comerciante Jeiel Dias de Jesus enche as prateleiras com material escolar, alimentos e outros itens que são trazidos nas embarcações. O comerciante conta como ele e a população da região se sente com a entrega do novo terminal: "Para gente fica melhor com o novo terminal. Nós nos sentimos mais integrado ao estado. O terminal vai trazer mais oportunidade pra Prainha, pra vila Jatuarana, a vila do Cupim e ao Água Branca. Vai melhorar pra todo mundo".
O comércio não é o único segmento que deve ser aquecido, o setor de hotelaria da região tende a crescer com o novo terminal hidroviário. O hotel do seu Antônio Teixeira Dantas começou a ser ampliado. Por enquanto são 9 quartos, mas logo a construção de mais 4 será concluída para receber os turistas que podem chegar nas rotas fluviais.
"A gente começou a construção acreditando no desenvolvimento da nossa região. A inauguração do terminal hidroviário é um presente pra nós. Nossa expectativa é a melhor possível, que Prainha desenvolva. Na hotelaria nós vamos atender melhor nossos clientes. Nós estamos acreditando que o progresso tá chegando e que a tendência é ter muito trabalho", festeja o comerciante Antônio Teixeira.
Paraíso das águas
Com a entrega do novo Terminal Hidroviário de Prainha, uma janela se abre para o mundo conhecer mais sobre a cultura, o povo e as belezas naturais da região. Em agosto é realizada na igreja local a festividade de Nossa Senhora das Graças - padroeira da cidade. Os moradores enfeitam as casas e as embarcações que trazem outros devotos para a cidade.
Pelas águas também chega desenvolvimento do potencial turístico da região que é composta por lagos, cachoeiras e corredeiras. Um dos mais conhecidos dos moradores é o lago... A coloração esverdeada e a temperatura amena estão entre os destaques deste ponto. A proximidade com a zona urbana e a natureza quase inalterada pelo homem são outro diferencial que cativam os visitante.
"Nós viemos de avião de Minas Gerais e viemos de barco pra cá. Percebemos a região que é mágica. Confesso que quando eu cheguei aqui me senti um brasileiro completo. Porque é emocionante fazer esse trajeto e ver essa água linda. O Pará tem uma beleza maravilhosa, uma culinária e uma diversidade incrível. Eu não sabia de tudo isso. A água aqui te abraça com um calor que vem dessas águas. Todo mundo tem que vir aqui pra conhecer esse Brasil", refletiu Adilson Mariano Santos, turista de Minas Gerais que estava na cidade a trabalho, mas que conseguiu aproveitar o local para conhecer mais sobre o município de Prainha.
O local também é utilizado para pesca esportiva e de subsistência de famílias como do pescador Josiel Gama Caldeira. O prainhense explica que "Aqui tem muito peixe e é muito bonito. Se se o Pará todo conhecer esse lugar todo mundo vai cuidar daqui".
A principal cachoeira da região fica localizada no km 17 da PA-419. O governo do Estado vem intensificando os serviços de terraplanagem na estrada que ainda receberá 3km de asfalto, por meio da Secretaria de Transporte do Pará. Durante os meses de estiagem a queda d'água se transforma em um santuário de pedras que impressionam pelo formato esculpido pela força da água e do vento ao longo dos anos. Os blocos maiores sobrepostos uns sobre os outros formam um cenário de silêncio e energização que no período da cheia se transforma em uma queda d'água de cerca de 10m de altitude.
Outra opção para os apaixonados por aventura é uma visita as corredeiras localizadas na comunidade Vista Alegre do Cupim, distante cerca de 70km da sede do município de Prainha. A água corre com velocidade pelo relevo rochoso. Mas ao longo do trajeto, piscinas se formam e são o divertimento dos jovens que saltam para fugir do calor típico da região amazônica. Quando a estação das chuvas diminui é o momento de apreciar a beleza das borboletas que são um encanto a mais para os visitantes da rota das águas do oeste paraense.