Surfe noturno clareia as margens do rio Capim no Festival da Pororoca
Eram 2h da madrugada quando um sinal de luz avisou que a Pororoca noturna se aproximava. Com o rio escuro, quase não se via as margens, surgiu no horizonte uma linha branca, de uma margem à outra. O surfe noturno do 17º Festival da Pororoca reuniu cerca de 30 praticantes do esporte e dezenas de pessoas que foram assistir as manobras e vibraram com a passagem da onda.
Marcelo Bibita é vice-campeão mundial de long board, é também pajé da tribo auêra-auára e faz questão de fazer as pinturas para o ritual “Auêra-auára”. O ritual é uma forma de pedir proteção e se preparar, como guerreiros, para enfrentar a Pororoca. “Toda essa preparação é essencial, estamos nos preparando para enfrentar uma grande força e então queremos aproveitar o máximo possível essa conexão”, disse.
Alison Bastos é nativo da região e conta da sua relação com o rio. “Eu vivo do rio, trabalho no rio, a minha vida são essas águas. O surfe noturno é mais que um lazer, é um culto à natureza exuberante que aqui temos”.
O surfe continua neste sábado, 29 e está previsto para às 14h50. O Festival da Pororoca é realizado pela Prefeitura de São Domingos do Capim, com apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). A programação inclui eventos esportivos e culturais e prossegue até este domingo (30).