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Ideflor-Bio promove workshop sobre ararajubas e serpentes para universitários

Atividades ocorreram de 20 de julho a 7 de agosto, seguindo todos os protocolos de segurança contra o coronavírus

Por Pryscila Margarido (IDEFLOR-BIO)
13/08/2020 14h50

Ararajuba em treinamento no Parque do UtingaUm grupo de universitários dos cursos de Biologia, Ciências Naturais, Medicina Veterinária e Zootecnia, de instituições como UFPA, Unama, Uepa e Ufra, participou de um workshop de capacitação no manejo das ararajubas (Guaruba guarouba) e de serpentes que ocorrem no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna. As atividades foram promovidas no período de 20 de julho a 7 de agosto, pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio).

O objetivo da ação foi permitir aos graduandos de cursos vinculados ao meio ambiente compartilhar experiências e conhecimento técnico das atividades de manejo do projeto “Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação da RMB – Belém Mais Linda!”. Executado pelo Ideflor-Bio, o projeto promove a reintrodução dessa espécie, considerada extinta na Região Metropolitana de Belém. Os universitários aprenderam sobre as atividades de manejo, monitoramento e reabilitação das ararajubas.

As práticas foram ministradas pela equipe técnica da Gerência de Biodiversidade e todos os participantes respeitaram o uso da máscara e o distanciamento social, como medidas de prevenção à Covid-19. O workshop iniciou com a apresentação do projeto.

“Realizamos o treinamento demonstrando o manejo alimentar, o treinamento de voo, a biometria e o comportamento das ararajubas. Sempre atentando para que o contato das ararajubas com o ser humano seja o mínimo possível, porque esses animais precisam ficar aptos para a vida livre. Entendemos que esta é uma oportunidade ímpar de aprendizado e formação dos futuros profissionais”, explicou a bióloga do Ideflor-Bio/DGBio, Renata Emin. 

Manejo de serpentes 

A segunda parte do workshop foi ministrada pelo pesquisador responsável pela atualização do inventário faunístico de répteis e anfíbios do Parque do Utinga, Augusto Jarthe. Em oito anos de pesquisas, já foram identificadas 39 espécies de serpentes na Unidade de Conservação Estadual. Entre elas existem as peçonhentas, sendo três espécies de corais e a jararaca (Bothrops atrox). Esses animais estão muito presentes no Parque e são potenciais predadores das ararajubas. Por isso, é necessário fazer a identificação e o manejo correto das serpentes.

“Mostramos as espécies de serpentes presentes aqui no Parque e o grau de periculosidade que podem apresentar. Tratamos sobre as características das serpentes e como evitá-las, pois o ideal é não fazer o manejo dessas espécies. Mas eles aprenderam sobre o manejo correto para que não haja nenhum dano para o animal. Os alunos ficaram satisfeitos e bastante motivados com a prática”, informou o pesquisador Augusto Jarthe.

A parte de manejo das serpentes foi ministrada pelo pesquisador responsável pela atualização do inventário faunístico de répteis e anfíbios do Parque do Utinga, Augusto JartheCapacitação – Para o biólogo do Ideflor-Bio/DGBio, Leonardo Magalhães, além de promover conhecimento aos futuros profissionais, a capacitação é uma forma de difundir a educação ambiental. “É uma oportunidade de fornecer educação ambiental de qualidade e informar a população em geral, através das ações realizadas pelo Ideflor-Bio dentro das unidades de conservação e, principalmente, com o projeto de reintrodução as ararajubas no Parque do Utinga. As atividades incluíram explanações sobre como funciona o trabalho do Ideflor-Bio, quais são as unidades de conservação estaduais que trabalhamos e a fauna e flora que pertencem a elas”, explicou.

Conhecimento – Com as aulas suspensas desde o início da pandemia do novo coronavírus, a ação foi um grande incentivo para que os alunos sigam motivados na busca pelo conhecimento. “Na academia, nós temos muito a parte teórica e aqui tivemos a oportunidade de ter a prática. Pensando como futura profissional bióloga, estou tendo a experiência de manejar, saber os cuidados que devo ter tanto comigo quanto com os animais. Abriu a minha visão para possibilidades futuras de trabalho”, afirmou Jéssica Bezerra, 23 anos, acadêmica do 7º semestre de Biologia da UFPA.

Já para a Ana Clara Balata, 20 anos, acadêmica de Biologia da Uepa, esse foi o primeiro contato prático com o manejo de espécies silvestres. “É uma forma de nos motivar a continuar estudando e aprendendo coisas novas. Fiquei muito feliz pelo Ideflor-Bio está promovendo essa vivência para nós, pois é gratuito e extremamente necessário para a nossa profissão”, disse a jovem.

Equipe técnica da Gerência de Biodiversidade do Ideflor-BioProjeto

O projeto “Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas nas Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém – Belém Mais Linda!” é pioneiro no Estado. A ararajuba é uma espécie endêmica da região amazônica, que ocorre naturalmente em uma faixa estreita desde a fronteira do Pará com o Maranhão até o sudoeste do Estado, na fronteira com o Amazonas.

Com as vibrantes cores verde e amarela, a ave da família dos psitacídeos (mesma dos papagaios) estava extinta localmente na Região Metropolitana de Belém e não era avistada em vida livre nos céus da capital desde a década de 1940. A ararajuba é uma espécie ameaçada de extinção, considerada “vulnerável”, segundo a lista vermelha de espécies ameaçadas do Brasil.