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Auxílio Emergencial: após emissão de documentos, acolhidos são cadastrados para receber benefício

Moradores em situação de rua que estão no Mangueirão e Mangueirinho são contemplados com auxílio

Por Rodrigo Souza (SEASTER)
24/07/2020 10h02

Pessoas acolhidas no Mangueirão e Mangueirinho estão sendo cadastradas para receber o auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal. A Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) vem auxiliando nesse processo com a emissão de documentos.

André Moraes foi uma das pessoas cadastradasAndré Moraes, de 42 anos, que está abrigado há quatro meses no espaço, é uma das pessoas que foram cadastradas. “Eu abracei a oportunidade de vir para cá e sou grato ao Governo por essa ação. Eu só conseguia manter minha alimentação, mas aqui eu tive todo o suporte para conseguir o auxílio emergencial”, conta.

Para que fosse possível o cadastro dos acolhidos, o coordenador de abrigamento da Seaster, Thyago Rezende, explica que foi necessário realizar uma força-tarefa com a participação da Defensoria Pública do Estado e da Polícia Civil do Pará para garantir as documentações básicas, como certidão de nascimento e RG.

“A partir do momento que foi disponibilizado o auxílio, nós começamos a mobilização para poder cadastrar os acolhidos, uma vez que eles são pessoas que necessitam dessa proteção. A maioria dos abrigados chegaram aqui sem nada, nós tivemos que providenciar a emissão dos documentos de cada um deles. Foi um processo difícil, porque muitos não sabiam seus nomes completos, nem a cidade e o cartório que tinham sido registrados, assim como, não sabiam o nome de suas mães, mas no final conseguimos atender a todos”, informou o coordenador.

“Depois de emitir as certidões de nascimento e as carteiras de identidade, o próximo passo foi entrar em contato com a Receita Federal para fazer o primeiro CPF de alguns abrigados e resgatar a numeração do documento dos demais que já possuíam o cadastro, mas não lembravam do número”, esclareceu.

Doação - Com todas as documentações garantidas e necessárias para iniciar os cadastros, a Seaster conseguiu a doação de 300 chips com recarga, que foram fornecidos pela empresa de telefonia Claro. “Cada chip de celular só pode ser cadastrado uma única vez no Auxílio Emergencial, então nós entramos em contato com a Claro e conseguimos a doação dos chips, todos com 10 reais de crédito. Por meio desses chips, nós cadastramos 81 pessoas e todas elas tiveram seus auxílios aprovados”, explica Thyago Rezende.

Além de ter sido contemplado com Auxílio Emergencial, André que nunca tinha tido um celular, ganhou um aparelho para usar com o chip que recebeu. “Com esse celular, eu consigo falar com a minha filha. Depois de seis anos, voltamos a nos comunicar. Eu já tive a oportunidade de me encontrar com ela, agora nós conversamos todas as noites”, conta.

Ele ainda avalia com positividade o período que está acolhido no espaço. “Nós estamos aqui para a nossa melhoria. O meu objetivo é cuidar da minha saúde e aqui eu estou tendo todo o suporte para isso; consegui tirar meu cartão do SUS e já iniciei meu tratamento de cálculo renal com o apoio da Seaster e da Sespa”, ressalta.

Ao todo, cerca de 80 pessoas ainda estão acolhidas entre Mangueirão e Mangueirinho. Com o Auxílio Emergencial aprovado, muitos abrigados têm deixado espontaneamente o espaço com o objetivo de alugar kitnets, além de retomar o vínculo com suas famílias.