'Lamparina Acesa' leva acessibilidade à Feira do Livro
O projeto Lamparina Acesa do núcleo de pesquisa Culturas e Memórias da Amazônia (Cuma) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) levou pelo segundo ano consecutivo à Feira Pan-amazônica do Livro o serviço gratuito de guia vidente - para pessoas cegas - e intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) – para pessoas surdas. Os atendidos pela equipe de voluntários se sentem acolhidos na Feira e pretendem chamar a atenção dos autores e editoras para a ampliação do mercado de obras acessíveis às pessoas com deficiência.
A professora mestra Mônica Carvalho já frequentou a Feira do Livro antes do serviço e atesta, tanto como usuária quanto como integrante do Cuma, que o serviço é mais do que necessário para um evento literário. “Isso (o serviço) representa a garantia da inclusão e do acesso a todos os espaços da Feira. Ele nos dá o sentimento de realmente pertencer, de poder experimentar a Feira de outra forma”, observou ela.
A presença de guias e intérpretes abre outras possibilidades para quem produz conteúdo literário. “O nosso acesso de forma ampliada à Feira do Livro provoca, seja nos autores ou nas livrarias, a necessidade de trazer mais obras que nos atendam. Somos um publico invisibilizado, que não comparece a eventos como este pela falta de acesso. A nossa presença aqui pede um aumento da disponibilidade de produtos como audiolivros, ou livros em braile, e esperamos que os autores que costumam vir aqui também se sensibilizem com esta demanda, que não é pequena”, pediu a professora.
Uma das responsáveis pelo serviço, a professora Joana Martins, ressalta que a vontade de ajudar dos voluntários é o que mantém o projeto vivo. “No início trabalhamos apenas com pessoas cegas. Entretanto, os alunos de Letras–Libras da Uepa conheceram nosso projeto e decidiram se integrar. Eles vêm por conta própria, pelo prazer de ajudar”, comemorou. Ela coloca ainda a importância desta vivência para a vida profissional deles. “A inclusão na educação está na lei. Como profissionais, eles precisarão atender alunos especiais e o conhecimento de adquirem aqui será de grande uso”, avaliou.
A jovem Ingrid Siqueira, de 18 anos, é estudante de Letras-Língua Portuguesa e participa pela primeira vez como guia na Feira do Livro. “A primeira vontade é mesmo a de ajudar, mas como serei professora e tenho muito interesse na área da educação especial, a minha atuação aqui funciona como um treinamento para o futuro”, pondera. Os voluntários se encontram nos dias de maior movimento da Feira, em horários variados, sempre ao lado do estande da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), que abriga as publicações da Editora da Uepa (Eduepa).
Serviço:
Guias videntes e intérpretes de Libras na XXI Feira Pan-amazônica do Livro
Dias: 31/05, 1, 2 e 3/06.
Horários: Manhã (10h30 às 13h), tarde (14h30 às 18h) e noite (18h às 21h30).
Local: os voluntários se encontram ao lado do estande da Abeu, localizado próximo a saída para o estacionamento do Hangar.