Cavaletes de sinalização feitos com mão de obra prisional são entregues à Segup
Os cavaletes foram produzidos por 20 internos da Central de Triagem Metropolitana II
Os trabalhos executados por custodiados são benéficos tanto para eles, quanto para a população e para a economia públicaA luta contra o novo coronavírus continua, por isso, mais 50 cavaletes de sinalização de trânsito foram entregues pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), nesta sexta-feira (15), para auxiliar as blitz de fiscalização de isolamento social, montadas em Belém e mais nove municípios do Pará, que se encontram em lockdown. Quem recebeu os cavaletes foi a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
Os cavaletes são produzidos por 20 internos da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II), em Ananindeua, por meio do trabalho de marcenaria. Os custodiados foram capacitados por cursos profissionalizantes oferecidos pela Seap, junto a parcerias e colaborações. Os insumos necessários para a confecção dos materiais foram adquiridos a partir de doação feita pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que disponibilizou 25 m³ de madeira apreendida, já com autorização de uso, e pela Segup, que forneceu os demais materiais, como tinta, parafusos e lixas.
O secretário de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos, ressalta que a produção destes cavaletes por apenados do Estado representa benefícios tanto para a fiscalização das novas regras de lockdown, quanto para a vida dos custodiados que têm a oportunidade de trabalhar durante o cumprimento da pena. "Com isso, nós contribuímos para o combate a Covid-19 e também para a melhoria da qualidade de vida dos nossos internos", afirmou.
Com a utilização da mão de obra carcerária para a confecção dos cavaletes, estima-se uma economia de mais de R$ 8 mil. Sem considerar a madeira utilizada para a produção dos cavaletes, já que estas foram adquiridas através de doação, o custo unitário de cada cavalete produzido pelos internos é de R$ 19,12, enquanto o valor de mercado é de R$ 100. No total, o custo da produção de 100 unidades, no valor do mercado, é de R$ 10 mil, enquanto que, pela Seap, a mesma produção gera custo de R$ 1.911,50, ou seja, 423% de economia.
O diretor de reinserção Social da Seap, Belchior Machado, explica como estes trabalhos executados por custodiados são benéficos tanto para eles, quanto para a população e a economia pública. “O trabalho prisional prioritariamente é uma ferramenta de reinserção social, em que os custodiados, com sua força de trabalho, garantem a remição de pena e contribuem para a sociedade. A produção desses cavaletes também demonstra a perspectiva de economia ao Estado, pois quando comparados ao mercado comum, considerando as parcerias de doação de madeiras apreendidas, os custos chegam a ser 300% menor”, finalizou.
Em posse dos materiais, a Segup irá distribuir os cavaletes entre os demais órgãos de segurança pública do estado, como Polícia Militar (MP), Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Corpo de Bombeiros e Polícia Civil (PC). Estes estão responsáveis, desde o último domingo (10), por fiscalizar o cumprimento do decreto de lockdown implantado em Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Santo Antônio do Tauá e Breves, no Marajó. Quem desrespeitar a regra de sair apenas para exercício de atividade essencial, está sujeito a multa de R$ 150 para pessoa física e até R$ 50.000 para pessoa jurídica.
O secretário da Segup, Ualame Machado, explica a importância da parceria entre as secretarias. “A Seap tem uma parceria muito grande com a Segup, em razão de utilizar essa mão de obra para que possa nos ajudar no combate ao coronavirus. Nas nossas ações de lockdowm e nos bloqueios estabelecidos de fiscalizações, precisamos muito de equipamentos de sinalização para fim de bloqueio das vias”, disse.
Neste sábado (16), mais 50 cavaletes serão entregues diretamente à Polícia Militar, totalizando 150 sinalizadores de trânsito como auxílio às fiscalizações do lockdown. Os internos que trabalham nestas confecções contam com equipamentos de segurança, tanto contra a contaminação da Covid-19, quanto para evitar acidentes de trabalho.