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Corpo de Bombeiros reforça fiscalização na venda de fogos juninos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
13/06/2017 00h00

Aos seis anos de idade, o advogado Renan Figueiredo brincava com os amigos durante uma festa junina, no conjunto onde residia, e foi soltar um foguete sozinho. Fez um movimento brusco com os braços para atirar a bomba, e ela caiu em suas costas. A queimadura foi superficial, mas deixou uma lição. Hoje, aos 30 anos, o advogado está sempre atento ao manuseio de fogos, principalmente entre as crianças.

“Sempre recomendo às crianças para não soltarem fogos, e aos adultos para manterem a distância de seus corpos. Se não fosse o pai do meu amigo, que na época me socorreu a tempo, a queimadura poderia ter sido grave”, contou Renan Figueiredo.

Com o objetivo de evitar esse tipo de acidente, desde maio o Corpo de Bombeiros Militar do Pará intensifica as vistorias nos estabelecimentos que comercializam fogos de artifício em Belém, para prevenir problemas desde a venda. Durante as festas juninas, uma em cada 10 pessoas que soltam fogos sofre algum acidente, segundo dados do Corpo de Bombeiros.

“Todo local precisa estar com a liberação do Corpo de Bombeiros em dia, assim como a certificação do Exército Brasileiro. Verificamos se as saídas de emergência estão bem localizadas, as formas de armazenamento dos fogos, que precisam estar longe do chão, em prateleiras de no máximo 2 metros. Os corredores precisam ter pelo menos um metro de largura para facilitar a retirada do material sem causar nenhum dano”, explicou o capitão Raimundo Nonato Moura, coordenador do Centro de Atividades Técnicas da corporação.

Atendimento imediato - Em caso de queimaduras, a vítima deve solicitar uma viatura-resgate pelo número 190. Para aliviar a dor, deve-se mergulhar a parte queimada em água corrente e não utilizar produtos caseiros, como creme dental e manteiga. O auxílio médico tem de ser solicitado com urgência.

“Algumas dessas substâncias podem aprofundar as lesões e atrapalham o diagnóstico inicial. A pasta tem a sensação de refrescância, mas acaba mascarando a sensação de dor, e possui produtos químicos que podem piorar a lesão. Esses produtos caseiros, como pasta dental, café ou manteiga, têm que ser evitados”, orientou Milvio Neto, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE).

O centro é referência na Região Norte no tratamento de vítimas de queimaduras, e dispõe de 22 leitos, sendo dois na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), dois na urgência e 18 para internação, além de bloco cirúrgico com duas salas.

Os pacientes que passam pelo CTQ recebem tratamento multiprofissional, incluindo o trabalho de psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas e de outras especialidades.  

Em 2016, o CTQ atendeu 533 pacientes, e 563 no ano anterior. Em 11 anos de funcionamento, de março de 2006 a maio de 2017, já passaram pelo centro 6.308 pacientes. “Não temos dados específicos sobre vítimas de fogos juninos, mas elas aumentam nessa época do ano. A maioria é formada por homens, que normalmente estão sob o efeito de álcool”, esclareceu Milvio Neto.

Cuidados para evitar acidentes:

- Ler as instruções impressas na caixa, pois cada fogo de artifício tem uma forma diferente de manuseio, que o próprio fabricante informa na embalagem;

- De forma alguma usar/soltar rojão com as mãos. Na embalagem vem o suporte para o uso do foguete.

- Deixar o rojão fixo na base, para evitar queda e um grave acidente. É bom se certificar que a base do rojão esteja firme.

- Não soltar qualquer tipo de fogos em lugares fechados, embaixo de árvores e fiações elétricas ou perto de animais.

- Crianças não devem soltar quaisquer tipos de rojões. No caso de bombinhas, a compra e o manuseio devem ser realizados por um responsável.