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Mulheres da ilha do Combu participam de ação educativa

Por Redação - Agência PA (SECOM)
07/12/2017 00h00

Mulheres ribeirinhas da ilha do Combu participaram, nesta quinta-feira (7), de uma roda de conversa sobre violência sexual e doméstica, realizada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em parceria com o Pro Paz Mulher e Secretaria Municipal de Saúde de Belém. A ação, realizada na Unidade Municipal de Saúde da ilha, foi conduzida pela Coordenação Estadual de Saúde da Mulher da Sespa e integrou a programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher.

A ação também contou com a participação das Coordenações Estaduais de Nutrição, Saúde Indígena e Populações Tradicionais, e de Mobilização Social; e do Curso de Nutrição da Unama, que desenvolveram atividades paralelas à roda de conversa com as mulheres.

Segundo a coordenadora estadual de Saúde da Mulher, Gabriela Góes, a finalidade foi informar as mulheres sobre a Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340/2006) e orientá-las sobre como proceder caso tornem-se vítimas de violência sexual e doméstica. “Viemos dialogar e mostrar seus direitos à luz da Lei Maria da Penha”, disse Gabriela.

Num primeiro momento, a equipe do Pro Paz Mulher, composta pela psicóloga Laryssa Carvalho e pelas assistentes sociais Débora Silva e Ana Carolina Bentes, exibiu um vídeo que apresenta de forma didática os principais artigos da Lei Maria da Penha, assim como as características da violência física, psicológica e sexual, e outro que define os ciclos de violência.

Em seguida, as participantes receberam orientações sobre os serviços oferecidos pelo Pro Paz Mulher e onde funcionam essas unidades. Dona Socorro Conceição, de 53 anos, que participou da roda de conversa, contou que sofreu violência doméstica durante muitos anos e esperou as filhas crescerem para criar a coragem de sair da sua casa. Infelizmente, na época, os serviços de apoio ainda não funcionavam como hoje, mesmo assim, ela enfrentou o problema e manteve a sua decisão com apoio das filhas. Ela elogiou a iniciativa da ação realizada na ilha do Combu e aconselha as mulheres vítimas de violência doméstica a denunciarem seus maridos ou companheiros e procurarem ajuda. “As mulheres precisam ter coragem para denunciar”, disse.

A psicóloga da Coordenação de Prevenção da Violência da Sesma, Maísa Gomes, informou que os profissionais das unidades de saúde de Belém são constantemente treinados a identificar vítimas de violência doméstica e sexual e como devem fazer o encaminhamento para os serviços de atendimento e acolhimento.

Índice - Conforme dados do Pro Paz Mulher, de março de 2012 a outubro de 2017, foram atendidas 24.709 mulheres com idade de 18 anos ou mais, vítimas de todas as formas de violência em todo o Estado do Pará. Só em 2017, 5.426 mulheres passaram pelas unidades do Pro Paz, sendo a maioria vítimas de violência psicológica e física.

A nutricionista da Sespa Débora Santa Brígida, a professora Lorena Falcão e os alunos do curso de Nutrição da Unama fizeram avaliação nutricional de mulheres e crianças na unidade de saúde; e realizaram uma roda de conversa sobre alimentação saudável com os alunos da Unidade Pedagógica Sebastião dos Santos Quaresma, que é um dos anexos da Escola Sede Milton Monte. A unidade escolar fica ao lado da unidade de saúde, tem 84 alunos da Educação Infantil ao 5º ano, e é coordenada pelo pedagogo Wander Albuquerque.

Os alunos também receberam orientações do técnico da Coordenação Estadual de Mobilização Social, Fernando Galvão, que utilizando revista em quadrinho abordou sobre prevenção de acidentes com escalpelamento. Ele informou que este ano, foi registrado apenas um acidente com escalpelamento e que os números vêm caindo tendo sido registrados dez casos em 2015 e seis em 2016, o que demonstra a importância das ações educativas junto às comunidades ribeirinhas. “É fundamental conversar com as crianças sobre esse assunto porque elas levam as orientações para a sua família”, observou o técnico da Sespa.