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Seduc e Unicef discutem implantação de centro educacional para refugiados

Ensino fundamental e médio serão garantidos aos imigrantes, refugiados e indígenas

Por Leidemar Oliveira (DETRAN)
29/01/2020 10h30

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e o Fundo das Nações Unidades para a Infância (Unicef) começaram a discutir, na segunda-feira (27), a parceria para a implantação do Centro Estadual de Referência Educacional para imigrantes, refugiados e indígenas. A proposta foi apresentada pela secretária-adjunta de ensino da Seduc, Ana Paula Renato, aos representantes do Unicef e da Aldeias Infantis SOS Brasil.

Segundo a secretária adjunta, o Centro tem como princípio promover e facilitar a essa parcela da população o acesso aos protocolos de cidadania, respeitando a interculturalidade, as especifidades sociourbanas e o multilinguismo a partir de um atendimento diferenciado. “A ideia é garantirmos a certificação de escolaridade dessas pessoas, tanto no campo dos saberes quanto nas competências pedagógicas”, explicou Ana Paula.

Pela proposta, o Centro atenderia todo o fluxo escolar do ensino fundamental ao médio, oportunizando o atendimento integral a toda a família. O atendimento será multidisciplinar com profissionais de diversas áreas, mas também personalizado para crianças, jovens e adultos. O centro também será um espaço de profissionalização com a oferta de cursos em diversas áreas, como corte e costura, panificação, informática e serigrafia entre outros. O objetivo é inseri-los no mercado de trabalho.

Para tanto, a Seduc pretende buscar ajuda de outros parceiros, entre os quais a Secretaria Municipal de Educação, Defensoria Pública, órgãos de assistência social, Ministério Público Federal, entre outros. A Seduc já realiza, desde 2018, o acompanhamento educacional na modalidade educação de jovens e adultos aos indígenas venezuelanos da etnia Warao, refugiados em Belém. As aulas acontecem o ano todo na Escola Estadual Cordeiro de Farias. Ano passado, 105 alunos Warao foram atendidos e certificados pela secretaria. Porém, há a necessidade de atender não somente os adultos, mas as famílias como um todo.

O Centro será o primeiro do Brasil a prestar assistência educacional com essa amplitude a refugiados e imigrantes. “O Centro será um grande avanço para os imigrantes e indígenas, em especial os Warao. A escolaridade e o mercado de trabalho são essenciais para inseri-los na sociedade”, afirmou o especialista em educação do Unicef, Ângelo Damas.