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FOGO DO SAIRÉ

Operação da Polícia Civil prende acusados de autoria de incêndio criminoso em Alter do Chão

Com o apoio de 30 policiais e seis viaturas, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão.

Por Carol Menezes (SECOM)
26/11/2019 16h00

Na manhã desta terça-feira (26), a Polícia Civil do Pará (PC-PA), deflagrou a operação denominada “Fogo do Sairé”, resultante da primeira fase das investigações que apuram a origem dos incêndios que atingiram, em setembro deste ano, a região de Alter do Chão, no município de Santarém, no oeste paraense.

Com o apoio de 30 policiais e seis viaturas, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão - que incluíram o recolhimento de computadores, HDs, telefones celulares, documentos, etc. As ações iniciaram às 5h e foram realizadas pela Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Santarém (Deca) e Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), com o apoio da Diretoria de Polícia do Interior (DPI).

De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira, o inquérito instaurado para investigar as circunstâncias do ocorrido colheu indícios que apontavam para a autoria de pessoas ligadas à organização não-governamental Brigada de Incêndio de Alter do Chão, para quem foram expedidos os mandados de prisão preventiva.

“É uma operação de grande importância, realizada para elucidar o quanto antes as origens desse incêndio criminoso. A expectativa é que os documentos apreendidos possam fornecer mais detalhes para as próximas etapas do processo investigativo”, destaca Alberto.

O titular da DPI, José Humberto Melo Jr., confirma que, desde o início das investigações, havia suspeições de que os brigadistas tinham informações e imagens privilegiadas dos focos de incêndio. "Eles filmavam, publicavam e depois eram acionados pelo poder público a auxiliar no controle de um incêndio que eles mesmos causavam. Toda vez alegavam surpresa ao chegar no local, mas não havia outra possibilidade lógica", justifica. A autoridade policial também informou que, com o andamento dos trabalhos, veio ao conhecimento da PC que os investimentos direcionados a essa ONG vinham de fora do país, e isso sustentou a iniciativa de uma medida cautelar solicitando a interceptação telefônica dos envolvidos. Foram mais de dois meses de investigação até haver indícios suficientes de autoria e materialidade para pedir as prisões preventivas.

Melo Jr. relata que os doadores são vistos como também vítimas nas investigações, pois estariam sendo influenciados a investir tendo acesso a fotos e vídeos desses incêndios supostamente provocados. Em uma das doações, a ONG recebeu R$ 300 mil, com uso confirmado de 1/3 desse valor. A Polícia Civil ainda não sabe o que foi feito do restante.

Fogo do Sairé - O primeiro foco de incêndio identificado na região ocorreu no dia 14 de setembro e atingiu uma área de mata conhecida como Capadócia, que fica entre a localidade de Ponta de Pedras e a vila de Alter do Chão. No dia seguinte, após as chamas serem controladas, um novo foco de incêndio foi identificado pela equipe do Corpo de Bombeiros no local.

No dia 16 de setembro, o governo do Estado montou uma força-tarefa para combater o incêndio na região. Mais de 200 homens trabalharam para conter o fogo, entre militares do estado – Bombeiros e Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp), do Exército Brasileiro e brigadistas voluntários, Prefeitura de Santarém, Polícia Civil e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Ainda no mesmo dia, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Conflitos Agrários de Santarém, instaurou inquérito para investigar se o incêndio foi provocado e outras situações que envolvam crimes ambientais.