Forças de segurança garantem reintegração de posse na Condor
Em uma operação que durou menos de duas horas, militares dos Comandos de Missões Especiais e de Policiamento da Capital, com o apoio de outros órgãos de segurança, como o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal, retomaram a área de quase 50 mil metros quadrados denominada “Terra Prometida”, que havia sido invadida por 543 famílias. Pertencente à Prefeitura de Belém, o terreno está localizado na confluência da travessa Quintino Bocaiúva com a avenida Bernardo Sayão, no bairro da Condor e, segundo a administração municipal, dará lugar a um projeto habitacional orçado em mais R$ 120 milhões.
Ao todo, quase 250 agentes de segurança atuaram no trabalho de reintegração de posse. Dentre as unidades da Polícia Militar mobilizadas para dar suporte à ação de retomada da área estavam os Comandos de Policiamento da Capital (CPC) e de Missões Especiais (CME), com os batalhões de Choque e Tático, a Companhia Independente de Operações Especiais, o Regimento de Polícia Montada e a Companhia Independente de Policiamento com Cães.
Antes que os militares do CME e da Guarda Municipal, sobretudo, entrassem definitivamente na área, ocupada desde outubro de 2016, os oficiais de Justiça se reuniram com os advogados dos ocupantes para apresentar a decisão judicial expedida pela 5ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Pouco antes das sete da manhã o mandado foi lido. Porém, logo em seguida uma barricada com paus e pneus foi montada pelos moradores, justamente no acesso ao terreno, que já abrigava casas de alvenaria e de madeira.
Depois de algumas tentativas de diálogo com os ocupantes, para que desocupassem o terreno sem a necessidade da força policial, homens do Comando de Missões Especiais tiveram que recorrer ao uso de agentes químicos com menor potencial ofensivo para dispersar a aglomeração de pessoas. Em resposta, os militares foram atacados com pedras e até coquetéis molotov.
“Promovemos uma série de reuniões antes do cumprimento do mandado de reintegração. E hoje tentamos negociar a saída pacífica da propriedade, mas diante da resistência tivemos que fazer uso de instrumentos não letais para retomarmos a área com segurança”, informou o coronel Sandro Quadros, comandante do CME. Segundo ele, três pessoas foram presas por tentativa de agressão, com pedras, aos agentes de segurança. Todos foram encaminhados à Divisão de Operações e Investigações Especiais (DIOE).
Após a entrada definitiva no terreno e retirada dos ocupantes, a Prefeitura, responsável pela desocupação, iniciou o trabalho de desmontagem feito pela Secretaria Municipal de Habitação. Casas de madeira e edificações de alvenaria foram derrubadas com o auxílio de maquinários. A previsão é que todo esse trabalho e a total reintegração da área, destinada a um projeto habitacional municipal, termine em dois dias. Nesse período, a Polícia Militar permanecerá no terreno para assegurar a finalização das atividades.
Assistentes sociais da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e servidores da Defesa Civil municipal orientaram os ocupantes quanto aos abrigos disponíveis no município para acolhê-los, e os técnicos da Secretaria de Habitação deram informações sobre a inscrição no Programa Minha Casa, Minha Vida.