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Feira do Livro: Vozes LGBTQIA+ fazem coro com jovens em defesa do meio ambiente

Por Kátia Aguiar (COHAB)
26/08/2019 14h37

O primeiro dia do Papo Cabeça da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que ocorrerá até o próximo dia 1º de setembro, inovou e trouxe para a arena multivozes, montada no Hangar, o diálogo com jovens sobre “Arte e Sustentabilidade”, por meio de debates e performances com artistas e educadores que deram vida a Drags Queen, para inter-relacionar  diversidade de gênero e meio-ambiente.

O papo cabeça, que teve a apresentação da jornalista Joyce Cursino, foi comandado pelas drags Sarita Themônia, Bacurindia e Desinbedete, que comunicaram com muita arte que a  decisão de cada um pode fazer a diferença na luta pela preservação do meio ambiente. “Até o ano de 2050 o planeta receberá 33 bilhões de toneladas de plástico; todo ano morrem cem mil animais marinhos por causa do plástico jogado no meio ambiente e se nada for feito logo, em breve, haverá mais plástico que peixes nos oceanos”, alertou a jornalista Joyce Cursino.

Na plateia, estudantes do ensino médio com idade entre 13 e 17 anos e também adultos, que manifestaram grande interesse pela forma como o tema foi abordado. Uma delas foi a professora Maria Lima da Silva, que veio de Altamira participar das atividades da Feira.  Com mais de vinte anos de sala de aula, ela avalia que o debate sobre o meio ambiente é necessário e urgente em todo o Brasil e especialmente na região do Xingu, pois Altamira é o município mais devastado da Amazônia. “Muito positiva a forma bem atual como as atitudes individuais de não descartar de qualquer forma o lixo foram abordadas. Estou encantada com todos os artistas que vi aqui”, disse.

A 23ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro dará voz, ainda, durante sua programação, aos afro-brasileiros, ao imaginário, à mulher, aos indígenas, ao autor paraense e às vozes urbanas.

Elena Ferreira, 14, aluna da Escola Estadual Joaquim Viana, que faz parte do projeto “ConVida”, que trabalha a preservação do meio ambiente no ambiente escolar, disse que pela primeira vez havia participado de um debate que envolveu a comunidade LGBTQIA+ e meio ambiente. “Uma programação muito boa, pois assim como fazemos no meu projeto, aqui se teve um papo entre jovens, onde pudemos nos expressar livremente sobre temas que não são novidade, mas estão cercados de preconceitos e tabus”, disse.

Para o artista plástico e professor, Rafael Luz, que deu vida a Sarita Themônia, o novo formato da Feira- que dá  espaço para as mais diferentes vozes - é uma oportunidade muito poderosa, de comunicar, incentivar, enaltecer e principalmente produzir conhecimentos. “Somente de ter tido a oportunidade de conversar com os jovens sobre os mais diversos temas que não foram conversados comigo  nessa fase em que nos transformamos em adultos, é sensacional, pois o conhecimento ainda é uma atitude revolucionária e tem um papel transformador da realidade”, defendeu.

Além das questões relacionadas ao meio ambiente, o Papo Cabeça multivozes também trouxe à tona debate sobre a diversidade de gêneros LGBTQIA+. “Encontrei nesse espaço de drag, oportunidade de expressar sobre o que nós passamos nas ruas, a forma como somos discriminados e rotulados e diálogos como esse nos fortalece, nos encoraja, pois mostra que é possível nos ‘desmontar’ de tudo que nos oprime e nos aprisiona”, disse.

O Papo Cabeça desta quarta-feira, 27, trará para debates com os jovens as vozes afro-brasileiras com o tema “Ancestralidade e Tecnologia: instrumentos de representatividade e transformação social. A apresentação será da jornalista Joyce Cursino e haverá a performance artística  de Lo Ojuara. Às 10h30, no Espaço Multivozes.