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Agentes de segurança aprimoram gerenciamento de crises no sistema prisional

Por Redação - Agência PA (SECOM)
13/05/2019 21h52

Ações e estratégias no sistema prisional brasileiro foram temas da palestra ministrada nesta segunda-feira (13) pelo coronel Wellington Urzeda, diretor-geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás, no Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), em Marituba (Região Metropolitana de Belém). A atividade fez parte da programação do III Curso de Operações Penitenciárias, realizado pela Polícia Militar do Estado do Pará.

O objetivo foi capacitar policiais militares e demais agentes de segurança pública para intervenção tática e gerenciamento de crise em unidades prisionais, em situações que fogem à normalidade do cárcere. "Fui convidado pela Polícia Militar e pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) para falar sobre a necessidade de sermos mais técnicos, porque o sistema penitenciário é um desafio para todo o Brasil. Falamos sobre as dificuldades que esses policiais do Batalhão de Polícia Penitenciária vão ter quando ocorrerem eventos nas unidades prisionais do Pará. É importante que eles estejam prontos para representar cada um de nós, não somente como policiais, mas como cidadãos do Pará”, afirmou. 

O coronel também analisou o atual cenário do sistema prisional do Brasil, em especial do Pará, e incentivou os policiais a trabalharem com técnica e segurança. “Como diretor-geral de Administração Penitenciária de Goiás e membro do Conselho Nacional de Secretários de Justiça e Administração Penitenciária, nós sabemos que o sistema penitenciário brasileiro está fracassado, mas isso serve como um fator motivacional para nós. Nós temos que demonstrar a força do Estado, trabalhando com técnica, segurança e a certeza de que o Pará é mais forte que qualquer organismo criminoso que possa querer se sobrepor. A atividade destes policiais é de alto risco. Durante a ação, os agentes representam o Estado, estão lá para que possamos trazer ordem para a cadeia e tranquilidade para as famílias. Para que o preso seja apenas um preso comum, e não uma ameaça, nós temos que investir na construção de mais cadeias e em tecnologia”, argumentou o coronel.

Ressocialização - O tratamento e a ressocialização do interno também foram temas abordados na palestra. “Precisamos deixar bem claro que o preso não é um animal. Ele tem direitos, e tem que ser tratado com respeito e conforme manda a lei. Como estamos fazendo lá em Goiás, por ordem do governador Ronaldo Caiado, precisamos ter instrumentos para ressocializar todos os presos, para que todos tenham oportunidade e opção de mudar de vida. Aplicaremos os rigores da lei naqueles que estiverem junto a uma facção e não quiserem mudar de vida”, ressaltou Wellington Urzeda.

O coronel destacou a atuação da polícia paraense e da Susipe, mas ressaltou que ainda há muitos desafios para a garantia de um sistema penal seguro. Segundo ele, um desses desafios é o controle de entrada de celulares nas unidades prisionais do Brasil. “O sistema prisional enfrenta muitos desafios, mas a solução começa por uma boa polícia. Temos um grande problema para resolver: o preso não pode se comunicar com o mundo externo, a não ser da forma que permite a Lei de Execução Penal,  através de visitas, principalmente. Nós, secretários, estamos muito preocupados com isso, porque precisamos encontrar uma forma de impedir que o preso tenha a oportunidade de usar celular e estabelecer comunicação com o mundo externo. O Estado do Pará possui uma ótima polícia, uma ótima administração penitenciária. Vocês são exemplo no Brasil em muita coisa, saibam disso. Em Goiás, nos espelhamos em muitas ações executadas aqui, principalmente por conta da vontade de trabalhar dos homens e mulheres da segurança pública, e que coordenam todo esse sistema”, enfatizou o coronel. (Por Melina Marcelino).