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Dono de embarcação naufragada reafirma ter operado de forma irregular

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/08/2017 00h00

Pela necessidade de reunir mais informações e enriquecer o inquérito referente ao naufrágio da embarcação “Capitão Ribeiro”, que resultou na morte de 23 pessoas, entre passageiros e tripulantes, o delegado de Porto de Moz, Elcio de Deus, ouviu novamente o depoimento de Alcimar Almeida da Silva, proprietário da empresa Almeida & Ribeiro Ltda.

O dono do barco motor Capitão Ribeiro ratificou as declarações prestadas no depoimento do dia 24 de agosto, mas adicionou outras como o peso total da embarcação e a situação em que encontrou o corpo do comandante Sebastião Gemaque. "Na primeira oitiva o empresário declarou que o peso total era de sete (7) toneladas, mas na de ontem ele não mencionou que o barco havia saído com 30 toneladas de Santarém, e que ao longo da viagem parte das mercadorias foi desembarcada, quando só então chegou às sete toneladas relatadas", disse o delegado. Alcimar foi inquirido a esclarecer dúvidas ainda sobre as funções da tripulação do barco e sobre o credenciamento da embarcação Capitão Ribeiro junto à Capitania dos Portos. A inspeção teria sido feita pela empresa Autochip, em maio deste ano.

A última oitiva ocorreu na noite de segunda-feira (28), na delegacia de Porto de Moz. O proprietário do barco foi ouvido já na condição de indiciado, com base no artigo 261, combinado com o artigo 263 do Código Penal Brasileiro (CPB). O depoimento iniciou por volta das 21h30 e durou cerca de duas horas. De acordo com a Polícia Civil, a embarcação se encontra içada à margem do rio Xingu, às proximidades da sede da cidade de Porto de Moz. O delegado já solicitou o trabalho de perícia da embarcação ao Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”.

A necessidade de ouvir novamente Alcimar decorre também do fato da embarcação ter transportado, ilegalmente, um carro e duas motos, e não possuir uma lista oficial de passageiros, além de ter armazenado cargas de forma irregular. Ele afirmou ter sido esta a primeira vez que transportou um carro, mas enfatizou que o veículo estava posicionado e amarrado de forma perpendicular ao barco, no convés principal, de maneira segura.

“A embarcação já foi reflutuada e removida do local do naufrágio, agora está às proximidades da cidade de Porto de Moz para ser periciada pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves”, informou o delegado. Elcio deve ainda ouvir ribeirinhos que ajudaram no socorro às vítimas. Após isso, serão reunidos os laudos das perícias e ofícios, para dar seguimento ao relatório até o encerramento do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público do Estado. O prazo para o término do inquérito é de 30 dias, podendo ser estendido por igual período.