Governo quer ofertar 8 mil vagas de trabalho e estudo para detentos no Pará
Ações de planejamento anual para todos os centros de detenção do Pará começaram a ser discutidas na manhã desta terça-feira (19), em reunião de trabalho promovida pela Diretoria de Reinserção Social da Susipe (DRS) com a equipe de coordenadores e chefes de reinserção social de todas as unidades prisionais do Estado. O encontro, realizado na Escola de Administração Penitenciária da Susipe, em Belém, é a primeira etapa de um trabalho que se estenderá durante todo o ano de 2019, visando a uma série de ações destinadas à ressocialização de internos.
A Susipe garantirá a ampliação da oferta de atividades laborais voltadas à reinserção social de pessoas privadas de liberdade, com acesso à educação e ao trabalho. Atualmente, cerca de 4 mil detentos no Pará estão inseridos em atividades educacionais e 2,3 mil realizam algum tipo de atividade laboral no cárcere (interna ou externamente). Para 2019, a meta da Susipe é gerar 8 mil vagas de trabalho e estudo.
“A reinserção social tem o desafio básico de superar o atual quadro existente de reeducandos envolvidos em projetos sociais. Nosso objetivo é estar acima da meta nacional. Em curto prazo pretendemos incluir mais homens e mulheres em atividades laborativas e educacionais, para que com um planejamento estratégico possamos alcançar a meta estabelecida e chegar a 8 mil detentos envolvidos em algum tipo de atividade”, informa Edwilson Nascimento, diretor da DRS.
Trabalho conjunto - Para Manuelle Inês Souza, chefe de Reinserção Social da Central de Triagem da Cidade Nova (CTCN), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), o planejamento estratégico de ações envolvendo todas as unidades prisionais do Estado possibilitará um trabalho conjunto e sistemático.
“Somos peças fundamentais para que a reinserção seja efetivada, pois esta ação vai além do simples assistencialismo no cárcere; caminha por vários pontos de gestão da instituição e se envolve em todos. Portanto, o trabalho de reinserção para acontecer é, sem dúvida, a nossa missão. É fundamental uma atuação integrada para atingirmos melhores resultados em curto, médio e longo prazo”, reitera Manuelle Inês Souza.
Arte contra violência - A artista plástica Berna Reale foi convidada para participar de um novo projeto de reinserção social da Susipe. Ela será instrutora de um projeto-piloto para criação de obras de arte feitas em cerâmica, capacitando os reeducandos para manuseio e criação das peças dentro do cárcere. “O projeto é, sem dúvida, muito importante pra nós. É uma forma de combater a violência através da arte. É uma das possibilidades concretas de se combater a violência a partir do cárcere”, explica a artista.
Durante o encontro, os servidores penitenciários dos setores de Educação e Trabalho da Susipe conheceram, em detalhes, a nova organização da Diretoria de Reinserção Social e as mudanças promovidas pela nova gestão. “Vamos investir cada vez mais na educação prisional. É um compromisso de governo. Iniciaremos obras de construção de 16 salas de aula nos presídios do Estado e a reforma de outras 14, para as aulas em convênio com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Só podemos mudar a realidade do sistema prisional através do trabalho e estudo, mostrando pro reeducando que este é o único caminho para uma mudança de vida real. Estaremos empenhados nesta gestão a melhorar os indicadores do sistema prisional e reduzir a reincidência criminal”, afirma Edwilson Nascimento.