Suspeito de envolvimento com milícia e chacinas é preso em Belém
O Cabo PM Heleno Arnaud Carmo de Lima, conhecido como Cabo Leno, foi preso, na manhã desta quarta-feira (30), acusado de participação em uma série de homicídios que ocorreram na Região Metropolitana de Belém nos dias 20 e 21 de janeiro de 2017 e outros crimes.
O PM já havia sido detido em setembro de 2017, junto a outros seis suspeitos, mas após cinco meses, teve concedida pela Justiça a liberdade provisória com algumas medidas cautelares como, uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento em residência durante a noite e proibição de sair do Estado.
Na última terça-feira (29), a Justiça Militar decretou a prisão preventiva do Cabo, por considerar novas evidências de que ele voltou a praticar crimes e participar de “grupos de extermínio”, além de enviar ameaças indiretas a agentes públicos. O PM postou também um vídeo onde se intitula “matador” e diz que vai aterrorizar a cidade.
Para o secretário de segurança pública, Ualame Machado, essa prisão é uma resposta de que o Estado não admitirá ações criminosas de qualquer tipo. “O policial que age dentro da legalidade, com bravura, será condecorado e reconhecido pelo sistema de segurança pública, porém, aqueles agem às margens da lei, serão tratados com o rigor da lei. O que não podemos admitir é que policiais que compõe a fileira da honrosa Polícia Militar possam expor a corporação e aterrorizar a população”, avaliou.
Cabo Leno é investigado por crime de organização de grupo para a prática de violência, intitulado “Milícia da Pedreira”, de envolvimento com traficantes, de prática de homicídio, de fornecer armamentos e munições para terceiros para a prática de delitos como homicídio e extorsão. Ele é suspeito de colaborar com arrombamentos de residências, entre outros crimes.
O Caso - Em 2017, após uma investigação e operação das polícias Civil e Militar, o Ministério Público do Estado do Pará denunciou 14 pessoas, entre elas sete policiais militares, pela onda de homicídios que ocorreu na Região Metropolitana de Belém nos dias 20 e 21 de janeiro daquele ano. A chacina vitimou 27 pessoas.
Durante a operação 250 agentes da segurança pública cumpriram 25 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão em diversos pontos da região metropolitana. Também foram apreendidas duas motocicletas, 11 armas e três carros de cor prata.