Internas do CRF participam de curso de informática
Todas as terças e quintas-feiras, detentas do Centro de Recuperação Feminino (CRF) participam do curso de computação no Centro de Inclusão Produtiva de Ananindeua. O projeto, que teve início no dia 9 de fevereiro e irá até o dia 12 de março, pretende profissionalizar as mulheres para o mercado de trabalho.
A oficina é uma parceria da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) com a Coordenadoria de Políticas Públicas Para Mulheres, da Prefeitura de Ananideua. Essa é a primeira vez que as internas têm a oportunidade de realizar um curso de informática avançada. Nesta primeira turma, 18 detentas serão certificadas. A previsão é de que até o final do ano o projeto forme quatro turmas.
A interna Telma Pinheiro, de 50 anos, é uma das participantes e está aproveitando a oportunidade de aprendizado. “Eu já tive contato com o computador antes, mas agora estou tendo a chance de praticar o que já sabia e aprender coisas novas. Hoje em dia para conseguir um emprego e até para enviar currículo, precisa saber usar o computador, não posso ficar para trás”, conta.
Durante as aulas, no modulo básico, as presas do regime semiaberto aprendem desde noções de sistema operacional até a criação de documentos e planilhas. Já no módulo avançado, elas terão treinamento para fazer slides, vão praticar digitação e, ainda, navegar na internet.
O professor de informática Thiago Ferreira ficou animado com o desempenho das internas, que em poucas lições já obtiveram um bom resultado. “Estou gostando muito de dar aula para elas. Sempre fiz trabalhos sociais, mas nunca com pessoas privadas de liberdade e achei que seria mais complicado, entretanto está sendo o contrário. As detentas são muito dedicadas e não têm tido dificuldade para entender o que ensino”, afirma.
Para Cristiane Hosoda, de 39 anos, que nunca teve contato com computadores, o curso virou um desafio pessoal. “Eu não sabia nem ligar a máquina. No primeiro dia fiquei muito nervosa, sem saber por onde começar. Hoje é minha terceira aula e já sei fazer documentos. Quero sair daqui sabendo o máximo possível de informática. Nunca é tarde para aprender”, avalia.
A Coordenadora Pedagógica do CRF, Lindomar Carvalho, conta que a iniciativa tem objetivo de viabilizar uma melhor colocação no mercado de trabalho para quando as internas estiverem em liberdade. Para participar do curso é necessário apenas que a presa esteja estudando regularmente e que cumpra regime semiaberto.