Pará tem crescimento de postos de trabalho na agropecuária
O Pará fechou os primeiros sete meses do ano com crescimento de 0,20% e saldo positivo de 102 novos postos de trabalhos na agropecuária, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), divulgada na segunda-feira (4). Segundo Luis Pinto, diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepara), esse crescimento é uma resposta do setor aos incentivos do governo do Estado e das políticas públicas voltadas ao setor.
“O Pará vive, neste momento, um crescimento exponencial, especialmente em dois produtos: o cacau e o açaí, que têm respondido muito fortemente a este incentivo com entressafras significativas, melhorando o nível de emprego na nossa economia, um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade até então”, informou.
Para o diretor, o que acontece no Brasil, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido pouco, é que a agricultura tem puxado o PIB para cima. A agricultura cresceu no trimestre passado 13,04%, na contramão do setor de serviços. “A agropecuária tem sido a âncora verde da economia brasileira”, ressaltou Luís Pinto, para quem o crescimento veio para ficar, e no próximo ano deve ultrapassar o aumento do PIB em 2%.
“O Pará contribui muito fortemente para a balança comercial brasileira, e economia paraense ainda irá surpreender, principalmente no que diz respeito aos grãos, pois estamos vendo uma safra crescente de soja, e também a pecuária, já que tivemos um crescimento de 20 % na exportação de carne no Brasil, e o Pará se insere nesse contexto”, acrescentou.
Cacau e açaí – Os resultados das políticas públicas responderam de forma definitiva com o cacau. Em 2016, o Pará produziu 117 mil toneladas de cacau, superando a produção da Bahia, que era o maior produtor nacional. “Este é um resultado dos investimentos realizados através do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), onde o Estado renuncia de parte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e investe na cacauicultura", explicou Luís Pinto.
O conselho gestor do Funcacau, composto por sete instituições, aprovou em março deste ano a liberação de quase R$ 3 milhões para o apoio a sete projetos de fomento à produção de cacau no Estado, de um total de R$ 5 milhões disponibilizados para o Fundo, que investe em pesquisa, assistência técnica e produção de sementes.
“O Funcacau permite que o Pará produza 20 milhões de sementes híbridas de cacau todo ano, que são plantadas na cacauicultura paraense, o que faz do Pará o primeiro produtor de cacau do Brasil. No ano passado produziu 125 mil toneladas de amêndoas secas de cacau. Estamos na dianteira da cacauicultura nacional. Isso é resultado de investimento em política pública, que gera emprego e renda”, destacou o diretor-geral da Adepará.
Paralelamente ao cacau, a açaicultura é uma atividade altamente rentável desde o ano passado. O Pará produziu mais de um milhão de toneladas de açaí, apesar da concorrência de outros Estados, como Bahia, Tocantins e Minas Gerais. “O açaí produzido no Para é altamente competitivo. É o açaí de várzea, com custo de produção pequeno”, disse Luís Pinto.
Pecuária – Atualmente, o setor pecuário no Pará mantém 21 milhões de animais, entre bovinos e bubalinos, o que coloca o Estado na quinta colocação nacional. O boi criado no Pará é o chamado “boi verde”, alimentado com capim o ano todo, o que o torna mais competitivo no mercado por ter um custo mais baixo.
“O futuro da agropecuária no Pará é promissor. O boi criado no Pará é o boi limpo, tipo de carne que o mercado exige. É um boi que não está muito ligado à aplicação de agrotóxicos. O que vai acontecer no Pará é que aconteceu no Paraná. Temos a tendência de aumentar o número de animais e, por outro lado, a liberação deste pasto para outra atividade altamente rentável, como a soja, rentável e de ciclo curto. O Pará tem tudo para dar certo e com uma grande vocação para o agronegócio”, afirmou Luís Pinto.
Ele ressaltou ainda a segurança oferecida pelo rebanho do Pará, que desde 2014 está livre da febre aftosa. “A vigilância e o acompanhamento da febre aftosa é feito permanentemente pela Adepará. Cada vez mais nós usamos as ferramentas de comunicação para alertar os produtores”, informou o gestor.