Milhares de pessoas vibram com desfile cívico-militar em Belém
Na véspera desta quinta-feira (7), o menino Pietro, 5 anos, pegou o tio pelo braço e pediu: “Quero ver a polícia marchando com todas as suas fardas”. Na manhã de hoje, o menino e seu tio, Cícero Alves, 39 anos, chegaram cedo à Avenida Presidente Vargas, área central de Belém, para assistir ao desfile cívico-militar em homenagem aos 195 anos da Proclamação da Independência do Brasil. “Ele nunca tinha vindo. Como é fascinado por fardas, resolvi trazê-lo para ter o privilégio de presenciar um momento tão simbólico para o brasileiro”, disse Cícero Alves.
Tio e sobrinho estiveram entre milhares de pessoas que assistiram ao desfile cívico-militar deste ano na capital paraense, organizado pelo Comando Militar do Norte (CMN), em conjunto com o governo do Estado e demais Forças Armadas e Auxiliares, além de órgãos públicos. “Este é um momento no qual as Forças Armadas brasileiras se associam à sociedade para essa festa nacional, que celebra a nossa independência. É importante destacar que esta não é uma festa militar, é uma festa nacional com participação intensa da área militar. É um momento no qual cada cidadão deve refletir sobre aquilo que deve fazer para melhorar a sua pátria”, disse o general Carlos Alberto Barcellos, comandante Militar do Norte.
O governador do Pará em exercício, Zequinha Marinho, destacou a integração fortalecida pelo evento. “Este é um momento para a gente se unir a todos, em um sentimento mais patriótico. O Brasil, o Pará, todo mundo precisa disso, lutar para continuar não só essa liberdade, mas também a melhoria da qualidade de vida da nossa gente, que tanto precisa. Hoje é o dia de celebrar uma independência e fortalecer todas as outras frentes”, afirmou Zequinha Marinho.
Junto ao governador em exercício, estiveram no palanque oficial o coronel Zanelli Nascimento, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará; o major brigadeiro do ar Carlos Minelli de Sá, comandante do I Comar (Comando Aéreo Regional); o general Carlos Alberto Barcellos, comandante Militar do Norte; o contra-almirante Edervaldo Teixeira de Abreu Filho, comandante do VI Distrito Naval; o general Lotten, da Guiana Francesa; Cândida Jesus Rendeiro, representando o Ministério Público do Estado; o desembargador José Maria Teixeira do Rosário, representando o Tribunal de Justiça do Estado, e o coronel Claudio Senko Penkal, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Norte.
O desfile - O desfile foi aberto pela banda da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Lauro Sodré. Fundada em 1857, a banda foi tombada como patrimônio histórico e cultural do Estado em 2003. Pelo Comando Militar do Norte participaram cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), escola responsável pela formação dos oficiais combatentes do Exército, trajando uniforme histórico. Também desfilaram alunos do Colégio Militar de Belém, instituição de ensino inaugurada em 12 de janeiro de 2016, que atende a filhos de civis e militares.
A força terrestre foi representada no desfile por mil militares e 20 viaturas, em 24 grupamentos. Desfilou também, a convite do Exército Brasileiro, uma representação de 15 militares do regimento da Legião Estrangeira, sediada em Caiena, capital da Guiana Francesa.
Antes do desfile do Exército, com uma camiseta camuflada, Arthur Nunes, 5 anos, só não conseguia disfarçar a ansiedade. “Ano passado viemos trazer o pai dele para desfilar, mas não pudemos ficar até o final. Agora, vai ser a primeira vez em que ele vai ver o pai desfilando, e está numa enorme expectativa a semana toda”, disse Aycha Nunes, mãe de Arthur.
Marinha - O desfile da Marinha teve um pelotão de membros da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais e quatro Companhias, totalizando 474 militares. O comando do desfile contou com um destacamento de 11 militares da Marinha Nacional da França, que servem na Guiana Francesa, e outro com 109 mulheres, entre oficiais, alunas da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante e praças, que atuam na área do Comando do 4º Distrito Naval.
A Força Aérea Brasileira (FAB) levou para a Avenida Presidente Vargas cerca de 900 militares, homens e mulheres, banda de música e cães, totalizando nove grupamentos.
Polícia Militar - A Polícia Militar participou com 453 integrantes. Foram 42 viaturas, com 84 policiais em 18 linhas, e 342 militares a pé, divididos em: Banda de Música, Batalhão de Polícia de Eventos (BPE), Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), Batalhão de Choque, Comando de Policiamento Ambiental, Companhia Fluvial, Companhia de Policiamento Escolar, Companhia de Policia Turística, Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas), Companhia Operações Especiais e Companhia de Policiamento com Cães.
Corpo de Bombeiros – O Corpo de Bombeiros Militar do Pará participou com 367 bombeiros e pelotão motorizado, com 38 viaturas operacionais. Também participaram do desfile os alunos do Programa Escola da Vida e a banda do CBM.
O desfile foi encerrado com a passagem da Cavalaria da Polícia Militar do Pará. Imponentes, os cavalos arrancaram aplausos do público. “O desfile militar é apenas um pedaço de uma festa que é cívica, é popular. O comportamento do público é um reflexo da situação que o País vive. Em um momento no qual as coisas não estão bem, como este atual, o público anseia por ordem, segurança e tranquilidade, e passa a depositar suas esperanças nas forças policiais e militares. O desfile militar de hoje ganha, então, um novo componente: o da esperança de ordem”, declarou o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, general Jeannot Jansen.