Alunos da Escola Ulisses Guimarães mostram o resultado do projeto Sala de Cordas
Devidamente sincronizados e bem ensaiados, jovens entre 15 e 18 anos apresentaram ao público o resultado de quase três meses estudando música por meio do projeto Sala de Cordas, da Fundação Cultural do Pará. Muitos nunca haviam segurado um violão e a cada acorde foram ganhando intimidade e habilidade com o instrumento. Todos eram alunos da Escola Ulisses Guimarães, em Belém, que pela primeira vez recebeu o projeto e já pede para que este passe a ser permanente em seu ambiente escolar.
“Aceitamos a proposta de receber o ‘Sala de Cordas' de imediato, o que se mostrou uma decisão muito acertada. Vimos todos esses meninos desabrocharem para a música. Até me emociona vê-los tocando tão bem depois de ter acompanhado desde o início, quando muitos não sabiam nem dedilhar ao violão. É numa oportunidade dessas que você vê quantos talentos podem estar espalhados nas escolas sem serem descobertos”, destaca Ângela Silva, diretora da Escola Ulisses Guimarães.
Na apresentação de encerramento, que ocorreu esta semana, muitas músicas conhecidas, tanto da MPB quanto da música paraense entraram no repertório. No pátio da escola, onde um palco já existente há muito tempo parecia enfim mostrar seu melhor uso, os jovens sentaram-se enfileirados cada um com seu violão no colo, uma perna posicionada nos banquinhos de apoio para então emocionar a todos na plateia – de colegas de classe, a professores e familiares.
E apesar de o projeto ser apenas para o ensino de violão, teve aluno que não resistiu a toda aquela movimentação artística e alegre. “Eu já tocava saxofone no Carlos Gomes e me convidei pra participar”, brinca Leonardo Ferreira, 16, que tocou seu sax juntos aos colegas novos-violonistas. “Achei ótima a ideia de colocar música no ambiente da escola. Foi bom ver todos envolvidos pela música também”, elogiou.
O Projeto Sala de Cordas nasceu em Belém, em 2006, com o sonho de levar oficinas de instrumentos de corda para as escolas públicas do estado. Além de escolas, o projeto também poderia atuar em comunidades da capital e do interior. Este ano, mais de cinco escolas, um hospital de custódia e outros espaços já mostraram resultados a partir do projeto. “Todos têm mostrado maravilhas. São pessoas que chegam muitas vezes sem noção nenhuma do instrumento e em menos de três meses você encontra tocando Luiz Gonzaga, Pinduca, Vinicius de Moraes. É maravilhoso!”, declara o coordenador do Sala de Cordas, o músico Paulinho Moura.