FCP encerra oficinas de Iniciação Teatral, Cenografia e Dança Regional em Marabá
Iniciação Teatral, Cenografia e Dança Regional. Essas foram três, das sete oficinas ministradas no período de 24 a 28 de agosto, pela Fundação Cultural do Pará no município de Marabá, sul do Estado. As demais oficinas foram de Elaboração de Projetos Culturais (com ênfase na Lei Semear), Restauro de Acervo Bibliográfico, Gestão e Tecnologia de Informação em Bibliotecas Públicas e Mediação de Leitura e Dinamização Cultural de Bibliotecas.
A partir deste mês, a Fundação Cultural do Pará executa um grande programa de interiorização de oficinas por cinco regiões de integração do Estado: Carajás, Rio Capim, Guamá, Rio Caeté e Baixo Amazonas, que visa levar os cursos listados acima pra cada uma dessas regiões, ministradas em seus maiores municípios, mas com vagas abertas para todas as demais cidades da região. Carajás foi a primeira região atendida, e as demais receberão a visita da equipe de instrutores nos próximos meses, concluindo o planejamento de interiorização em dezembro. No ano que vem a interiorização continua, cobrindo as demais regiões de integração do Pará, até atingir o total de 12.
Em Marabá a Oficina de Iniciação Teatral foi ministrada na sede do Instituto Hozana Lopes de Abreu, no Bairro da Liberdade. Lá, 17 alunos se reuniram durante oito horas por dia pra aprender sobre técnicas teatrais com o instrutor Leandro Azambuja. “Há uma necessidade muito grande desse modelo de oficina de teatro, dança e música nesses municípios. Porque há comunidades de atores, grupos de artistas, e eles precisam também ser informados tecnicamente. Eles são reconhecidos na cidade, entretanto, precisam também de um conteúdo mais abalizado, onde eles possam criar uma outra dinâmica que não só o formato que eles conhecem, para que possam evoluir e trazer isso pra comunidade também”, explica Azambuja.
Segundo Lara Borges, responsável pelo instituto e aluna da Oficina de Teatro, o curso foi uma oportunidade para fortalecer o movimento dos grupos de teatro local. “Quero agradecer essa parceria que é super importante, ter a Fundação junto com a gente no Instituto e na nossa comunidade é um privilégio, estamos muito felizes, nenhum aluno desistiu. Espero que venham mais oficinas dessas”, conta a aluna.
Já a Oficina de Cenografia foi ministrada na Escola Municipal Judith Gomes Leitão, na Marabá Pioneira, pelo cenógrafo Wallace Horst. A maior parte dos alunos era formada por professores lotados em Salas de Leitura da rede municipal de ensino. De acordo com Horst, a cenografia é uma área muito específica do teatro, mas que se expande para todas as áreas: cinema, TV, montagem de vitrine, carnaval, etc. “Nós trabalhamos uma dinâmica de espaço para contar histórias. A cenografia, que é a escrita da cena, ajuda a construir em determinado espaço a história dos personagens, e dessa forma podemos modificar as Salas de Leitura e aumentar o interesse dos alunos por esses espaços”, explica. Cleonice Barros, Edilene Brito e Zaira Souza, todas professoras da rede municipal, contaram que a semana foi muito produtiva. “Ao longo da semana o professor foi mostrando técnicas muito interessantes pra gente através de vídeos, conversas e pesquisas. O resultado foi excelente, nota 10”, comenta Edilene.
A Oficina de Dança Regional foi ministrada por Junior Leão, instrutor experimentado nos ritmos regionais. Pra ele o curso foi importante pois deu às alunas a oportunidade de conhecer outros tipos de dança, como o Lundu Marajoara, o Siriá e o Samba de Cacete, entre outros, pois foram dez as danças folclóricas ensinadas durante essa semana. Para a aluna Anielly Bizerra, que faz parte de um grupo de Danças Regionais de Marabá, o curso foi uma grande oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre um tema tão caro à ela. “Aprendi danças que eu nunca tive a oportunidade de conhecer, e além da dança em si o professor nos ensinou a história de cada dança, de onde veio e o que representam. Foi maravilhoso”, conclui.
Ao todo, mais de 70 pessoas que participaram das oficinas desde a última segunda-feira. O próximo município a receber as atividades, no mês de setembro, será Paragominas.
Sarau
O encerramento das atividades foi marcado pelo Sarau “A noite é uma palavra”, realizado no Cine Marrocos, fundado em 1953 por um notório empresário local. Oito poetisas e poetas de Rondon do Pará, Itupiranga e Marabá declamaram suas obras para um público de aproximadamente 80 pessoas. O Sarau é um projeto da Fundação Cultural do Pará que já soma quatro anos de existência e que habitualmente reúne poetas e poetisas paraenses no Teatro Waldemar Henrique.
Agora, a iniciativa ganhou caráter itinerante e percorrerá os quatro cantos do Estado, assim como a programação de oficinas. Marabá foi o primeiro município a receber o programa de interiorização, que vai passar por todas as Regiões de Integração do Estado até junho de 2016.
Os convidados da noite foram Rosa Peres e Dionísio Almeida, de Rondon do Pará; Jorge Marques e Genival Poeta, de Itupiranga; e Javier di Mar-Y-Abá, Glécia Sousa e Airton Souza, de Marabá. O Sarau contou com a presença do secretário de Cultura de Marabá, Genival Crescêncio, e da diretora de Leitura e Informação da FCP, Giselle Arouck.
“Esse movimento da capital para o interior do estado se deu pela necessidade constante de capacitação da mão de obra nas cidades do interior. A Região de Integração de Carajás é formada por 13 municípios, mas nesta primeira incursão 14 deles serão beneficiados. Só nessa etapa tivemos a participação de cinco”, explica a diretora. Já o secretário de Cultura do município conta que a semana foi agitada. “Essa parceria beneficia a cidade e deixa um legado não só para Marabá como para toda a região”, concluiu. O grupo de escritores foi acompanhado ao violão pelo também poeta Francisco Duarte, que enriqueceu a noite com composições autorais.
Giselle Arouck agradeceu em nome da Fundação e apresentou o Programa Seiva, conjunto de editais lançado recentemente pela instituição, dando ênfase ao edital de literatura, Dalcídio Jurandir.