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Projeto Pro Paz nos Bairros ganha destaque em simpósio europeu

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/02/2015 12h19

O Pro Paz nos Bairros, projeto que oferece atividades de esporte, lazer, arte e cultura para crianças e adolescentes que moram em áreas consideradas de risco na Região Metropolitana de Belém, foi apresentado durante o Congresso Luso-Afro-Brasileiro (XII CONLAB), organizado pela Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. O evento reúne cientistas sociais dos países de língua portuguesa, com o objetivo de promover uma reflexão científica em busca da institucionalização de parcerias no domínio da pesquisa em ciências sociais e humanas. Com a reunião, os estudiosos pretendem explorar projetos relevantes ao desenvolvimento da paz, da democracia e da inclusão num contexto global de profundas e rápidas transformações.

O assessor técnico do Pro Paz, Jadson Chaves, doutorando em estatística no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), apresentou o projeto que surgiu após a realização de pesquisas com crianças e adolescentes atendidos pelo programa paraense, que desde 2011 promove a inclusão, interação e integração por meio de um trabalho que fortalece o vínculo familiar e busca reduzir os índices de violência. “O artigo tem várias vertentes, com foco na inserção social do jovem oriundo de situações de vulnerabilidade social. A partir de um estudo que foi feito dentro do Pro Paz nos Bairros, nós conseguimos avaliar diversos indicadores que contribuíram para o surgimento desse artigo”, declarou.

Entre os principais resultados que constam da publicação estão os alunos que disseram passar menos tempo nas ruas após ingressarem no Pro Paz nos Bairros, e que representam 27,5% desse universo. “Dentro dos resultados tivemos a avaliação desses jovens matriculados no projeto. Os dados demonstram a mudança de vida e de comportamento dos alunos; 75% deles disseram ter mudado de comportamento dentro das suas casas e outros 64,4% afirmaram que também houve mudança no comportamento escolar, já que passaram a estudar, o que mostra que o projeto tem a capacidade de desenvolver a parte educacional e psicológica dos alunos. Com esses resultados conseguimos provar que o projeto vem contribuindo para a redução dos índices de violência”, pontuou Jadson.

“Foi muito bom representar o Estado do Pará e o meio científico na Europa. A aceitação do Pro Paz nos Bairros foi muito grande e despertou muito interesse. Isso mostra a força que a instituição já possui internacionalmente. Este projeto, em si, desperta muita curiosidade, pois consegue fazer muito numa região do tamanho da Amazônia. Vamos levar daqui um aprendizado muito grande, já que este tipo de intercâmbio desenha um novo momento para a nossa pesquisa, com o fortalecimento das relações diplomáticas entre diversos países”, reitera Chaves.

Atualmente, o Pro Paz nos Bairros atende crianças e adolescentes entre 12 a 18 anos, que moram em áreas consideradas de risco, oferecendo atividades de esporte, lazer, arte e cultura. Funciona como complementação escolar, no contraturno das aulas, ou seja, quem estuda de manhã é atendido à tarde e quem estuda à tarde é atendido pela manhã, o que possibilita que os eles tenham alternativas lúdicas nos períodos ociosos. Somente em 2014, foram atendidas 2.348 crianças e adolescentes, e desde 2011, início do projeto, 8.376 jovens passaram pelo programa.

Congressos Luso-Afro-Brasileiros estão entre os mais importantes encontros de cientistas sociais dos países de língua oficial portuguesa.  O evento tem como tema principal “Imaginar e Repensar o social – Desafios às Ciências Sociais em Língua Portuguesa, 25 anos” e vai contar com a presença de membros associados e da comunidade de pesquisadores em Ciências Sociais e Humanas dos países que falam Português.

Para o presidente interino do Pro Paz, Jorge Bittencourt, o Pro Paz nos Bairros tem crescido e se tornado uma das políticas públicas estaduais de maior alcance nas comunidades atendidas. “Desde 2011 este projeto fez mudanças significativas nas vidas de milhares de crianças e adolescentes no Pará. O projeto é uma referência para aqueles que buscam uma atividade em horário oposto ao da escola e já provou ser capaz de oferecer formação cidadã e apresentar novas perspectivas de vida aos jovens das comunidades atendidas. A pesquisa mostra que o Estado está cada vez mais presente nas nossas periferias com a responsabilidade de mudar o quadro da vulnerabilidade social por meio de políticas públicas de qualidade”, declarou.