Projeto de reciclagem é mais nova ação social da obra na João Paulo II
Na tarde desta sexta- feira (28), o diretor geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), Cesar Meira, deu início ao mais novo projeto social da obra de prolongamento da Avenida João Paulo II, ao assinar o Termo de Permissão de Uso do espaço destinado ao Projeto de Fortalecimento à Reciclagem. O lugar foi cedido para a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Aurá (Cootpa).
O projeto soma investimentos na ordem de R$ 600 mil e é uma parceria entre governo do Estado e a construtora Camargo Corrêa, responsável pela obra. A ação social contempla a construção de uma central de triagem e o assessoramento na gestão do negócio, com a capacitação e formação dos cooperados e o objetivo de aumentar a quantidade de resíduos sólidos comercializados, ampliar os nichos de atuação do negócio e aumentar a renda média dos beneficiários.
O novo espaço contribuirá para a solidificação da coleta seletiva no território de Belém e Ananindeua, por meio do fortalecimento da reciclagem. Dessa forma, o projeto objetiva gerar desenvolvimento humano e social, por meio da inclusão produtiva de pessoas excluídas do mercado de trabalho. A renda será gerada pela coleta seletiva, triagem e comercialização dos recicláveis e espera-se estabelecer a renda de um salário mínimo para os integrantes.
A Cootpa é voltada para coleta, separação e comercialização de materiais reutilizáveis e recicláveis nos municípios de Belém e do Ananindeua. Formada na década de 1980 e formalizada em 2005, o grupo atualmente tem 15 catadores, com maior foco de atuação na coleta porta a porta com capacidade de ampliação do quadro social geral da cooperativa.
O ato de assinatura do termo ocorreu na sede do NGTM e teve a presença do representante do Instituto Camargo Correa, João Teixeira; da diretora executiva do NGTM, Marilena Mácola; do gestor de Sustentabilidade da construtora, Vitor Almeida; da analista de Investimento Social em Obras do Instituto Camargo Corrêa, Edivania Assis; e de representantes da cooperativa.
“Estamos muito felizes em poder contribuir com esse projeto social, que é mais um dos benefícios que a obra da João Paulo traz à população. Ao idealizarmos o projeto dessa avenida, sempre tivemos em mente a proximidade da obra com o Parque do Utinga e com a população que vive nos bairros da Guanabara e Castanheira, por isso, incluímos ações e projetos que minimizassem os impactos socioambientais e trouxessem benefícios diretos para as pessoas. Contudo, esse projeto é mais um resultado desse nosso desejo e a concretização de um sonho da comunidade”, pontuou Meira.
Responsabilidade – Constumeiramente, são depositados entulhos, sucatas e lixo doméstico de maneira inadequada na Área de Proteção Ambiental do Parque Estadual do Utinga, por moradores da área. A observação deste problema e o entendimento das dificuldades locais para modificar esta situação geraram a discussão para a estruturação do projeto na linha de reciclagem.
Com o início dos trabalhos na obra de prolongamento da Avenida João Paulo II buscaram-se alternativas para a destinação adequada dos resíduos gerados pela obra, principalmente sobras de ferro e aço originadas da execução das pontes metálicas, bem como de outros materiais como papel e plástico. “No NGTM as questões socioambientais são primordiais para nós, e ao assinar esse termo, que permitirá o início de um projeto que certamente trará muitos frutos, ficamos imensamente felizes”, disse Marilena Mácola.
Em 2010 foi estabelecida a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê que todo município deve elaborar um plano de gestão de resíduos e que as prefeituras devem priorizar, nos planos de ações, a integração de organizações de catadores. Assim, a Cootpa contribuirá com a geração de renda para população local e também auxiliará os municípios de Belém e Ananindeua a atenderem as diretrizes sociais estabelecidas pela PNRS.
“Escolhemos a Cootpa pela atuação histórica nos bairros Castanheira e Guanabara, pela carência e porque ela apresentou-se como parceiro potencial em receber os resíduos gerados pela obra. Ajudá-los a ter condições dignas de trabalho e a aumentar sua renda é motivo de grande satisfação para nós”, disse a analista de Investimento Social em Obras Instituto Camargo Corrêa, Edivania Assis, uma das idealizadoras do projeto.
Com a assinatura do termo, o Instituto Camargo Corrêa dará início à construção de um galpão e viabilizará apoio técnico e assessoramento na gestão do negócio, através da capacitação e formação dos cooperados. A previsão é que o projeto esteja concluído dentro de 18 meses.
Noêmia Neres Pereira do Nascimento, sócia cooperada da Cootpa, falou na oportunidade sobre o sonho dos cooperados. “Temos um sonho, que é ter um local adequado e seguro para o nosso trabalho, já que hoje ocupamos um lugar sem nenhuma estrutura e que ainda é alugado por R$ 550. Hoje nosso sonho começa a ser realizado. Estamos imensamente felizes. Nossas expectativas são as melhores possíveis”, afirmou.
A analista Edivania Assis informa que organizações de catadores se espalham pelo Brasil com agilidade e mostram alternativas concretas de geração de renda frente ao combate a pobreza. Essa atividade, marcada por condições precárias de trabalho, apresenta viabilidade econômica mínima capaz de estimular pessoas para aderirem à coleta e estruturarem sua vida a partir dela.
Benefícios gerados com o Projeto de Fortalecimento à Reciclagem:
- Geração de renda e inclusão social;
- Melhoria do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), a partir de um modelo de Programa de Coleta Seletiva;
- Redução dos impactos ambientais;
- Destinação correta dos resíduos;
- Redução dos volumes depositados nos aterros, aumentando a vida útil dos mesmos e reduzindo custos com aterragem;
- Redução da contaminação dos lençóis freáticos e solos.