Adolescentes internos da Fasepa participam de oficina de pintura
Um adolescente de 17 anos completou recentemente sete meses de medida de internação por assalto a mão armada, cometido no município de Santa Isabel do Pará. Sempre distante e quieto, ele quase nunca se comunicava com os outros jovens e a equipe técnica do Centro Socioeducativo Masculino (Cesem), em Belém. Graças a uma iniciativa dos arte educadores, hoje ele aprende um novo ofício na oficina de pintura, que conta com outros oito adolescentes, com idades de 16 e 17 anos.
“Está sendo ótimo porque a gente não fica pensando nas coisas negativas e aprende muito também”, diz o adolescente sobre as atividades, destacando o que aprendeu na oficina. “Fiz todos os desenhos e letras daqui. Antes não sabia escrever e nem sombrear as letras, o professor me ensinou tudo. Estou ganhando experiência com ele, que está me ajudando a melhorar e faz com que eu aprenda muitas coisas na socioeducação”, completa o adolescente.
Além de garantir experiência profissional, a oficina ajuda na revitalização de três das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa). Além do Cesem, a atividade é desenvolvida no Centro de Internação Jovem Adulto Masculino (Cijam) e também no Centro Socioeducativo Feminino (Cesef). Meninos e meninas são selecionados de acordo com o desenvolvimento das medidas socioeducativas. O arte educador do Cesem, Augusto Fonseca, responsável pela oficina de pintura, diz que a atividade une o útil ao agradável.
“Começamos com pintura em telas e percebemos a necessidade de usar as paredes da própria unidade como tela de fundo. Pela experiência observamos que isso era uma oportunidade valiosa para a revitalização da própria unidade. Os meninos se identificaram e muitos querem participar. Temos oito jovens que participam ativamente da oficina e alguns deles mostram grandes habilidades de pintura, pois estamos há quatro meses trabalhando os pavilhões de educação profissionalização e a área administrativa. Para terminar, vamos pintar o próprio espaço de alojamento deles. Houve uma aceitação grande deles e a participação é muito positiva”, diz Augusto Fonseca.
Segundo a gestora do Cesem, Amanda Loureiro, antes da atividade, todos os adolescentes foram reunidos para entender a importância da oficina no cumprimento da medida socioeducativa, o que garantiu a pintura de toda a área interna da unidade. “Eles têm uma melhor noção de conservação do espaço e tomam cuidados também com a higienização do lugar. Os socioeducandos evitam riscar e orientam os outros a não danificar o espaço, principalmente os que estão nas atividades de pintura, eles tem todo o cuidado para que saia tudo perfeito”, explica.
