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Atleta do Bolsa Talento ganha ouro em competição nacional e sonha com Olimpíadas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/09/2017 00h00

Dos rios amazônicos para o pódio nacional. Dois atletas paraenses de canoagem fizeram bonito no Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade e Paracanoagem, realizado no início do mês de setembro, no Parque Náutico Iguaçu, em Curitiba (PR). A competição teve mais de 470 atletas com idades entre 9 e 62 anos, representando 41 associações de todo o Brasil.

Nascido em São Domingos do Capim, Adilson Nascimento, o “Jatobá”, tem 22 anos e pratica canoagem há nove. Como em São Domingos não há técnicos de canoagem, Adilson precisa viajar para treinar. Para essa competição em Curitiba, ele teve que passar quatro meses em um centro de treinamento em Caxias do Sul (RS). E isso só foi possível graças aos recursos do Programa Bolsa Talento, mantido pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), e ao qual está vinculado desde 2003.

O atleta foi premiado com duas medalhas de ouro em Curitiba, nas distâncias 200 e 500 metros da classe K-4, a prova mais disputada do campeonato. “O Bolsa Talento é uma ajuda extraordinária. Sem ela nada disso seria possível, já que preciso treinar fora de São Domingos do Capim, e é com esse dinheiro que pago minhas passagens. Os atletas de outros estados se surpreendem quando falo do programa, pois eles consideram um privilégio esse tipo de auxílio, especialmente em tempos de crise, como esses. E realmente é um privilégio”, disse o remador.

As medalhas de ouro conquistadas em Curitiba credenciam Adilson a voltar para a Seleção Brasileira, da qual já participou em 2003 e 2004. E posteriormente, a meta é a realização de um sonho comum a quase todos os atletas: a participação nas Olímpíadas de Tóquio, em 2020.

A vaga olímpica também é o sonho de Héricles Miranda, que faturou uma medalha de bronze em Curitiba, na prova K4 500 metros. Nascido em Santarém, o atleta de 21 anos recebe o Bolsa Talento na categoria nacional desde 2016, depois de resultados obtidos em 2013. "O Bolsa Talento foi decisivo porque, graças a ele, tive a oportunidade de comprar um material melhor para mim, além de ter me ajudado a custear as viagens e alimentação. Isso ajudou demais durante a preparação para o campeonato", contou.

Para a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, as medalhas na canoagem premiaram a aposta feita nos atletas paraenses. “Essa é a melhor resposta que podemos ter: a de que esse incentivo possibilita ao atleta se manter na modalidade por meio de treinamentos, preparação física e participação em competições dentro e fora do estado, de forma a alcançar resultados cada vez melhores”, disse Kátia Rocha, diretora técnica de Esporte e Lazer.

Bolsa Talento

O programa foi criado pelo Governo do Estado a partir da Lei 7.119, de 31 de março de 2008, como forma de estimular o desenvolvimento físico, social e psicológico de atletas contemplados em modalidades olímpicas, paraolímpicas e amadoras.

Atualmente, o programa atende 169 atletas no Pará, sendo 31 com deficiência. Oitenta e dois estão na categoria nacional e recebem o valor mensal de 1.018,67 reais. Outros 87 atletas estão na categoria estadual, recebendo 679,12 reais. No total, 26 modalidades são contempladas.

O critério para se tornar atleta beneficiado pelo Bolsa Talento é o ranking construído a partir dos relatórios enviados pelas federações à Seel, gestora do programa. A seleção é feita pela comissão de avaliação do Programa Bolsa Talento e leva em conta os resultados obtidos pelos atletas no ano de cada edital.

O benefício do Bolsa Talento é concedido aos atletas que preencham critérios técnicos, considerando resultados obtidos em competições nacionais e estaduais. Para a categoria estadual, são selecionados nas modalidades individuais os atletas inscritos que participaram da principal competição estadual realizada pela Federação da sua modalidade esportiva e que tenham se classificado entre os três primeiros colocados.

Para a categoria nacional, são contemplados nas modalidades individuais os atletas inscritos que participaram da principal competição nacional promovida pela Confederação da sua modalidade esportiva e que se classificaram entre os seis primeiros colocados. Nas modalidades coletivas, o atleta é indicado individualmente, e não a equipe à qual ele pertence.

Para poder indicar atletas, a Federação precisa estar há, no mínimo, dois anos legalizada enquanto entidade desportiva, e poderá indicar no máximo dez candidatos.

Até o final deste ano, cerca de 180 novos atletas serão contemplados pelo Bolsa Talento. A expectativa é a de que o novo edital seja publicado no início de novembro e a avaliação final dos técnicos da Seel aconteça até meados de dezembro.