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Fernando Meirelles revela ao público a magia da ópera “Os Pescadores de Pérolas”

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/09/2015 13h52

O que era para ser uma palestra sobre ópera se tornou um bate-papo muito divertido com o cineasta paulista Fernando Meirelles, no início da noite do último dia 14, no Theatro da Paz. Meirelles é diretor cênico da ópera “Os Pescadores de Pérolas”, de Georges Bizet, que está sendo encenada em Belém desde o último dia 9, e que terá a última récita nesta terça-feira, 15, às 20 horas. O evento faz parte da programação paralela do XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, que é realizado pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

O público compareceu em grande número ao teatro, como se fosse um dia de espetáculo. Quem esteve no local, acompanhou uma conversa descontraída por meio do interlocutor Fernando Meirelles. Ele falou sobre a experiência de dirigir uma ópera pela primeira vez, e, em seguida, explicou como foi construída toda a montagem da ópera. Após detalhar todos os cenários do espetáculo, o cineasta respondeu as perguntas do público.

“Estive na estreia da ópera e achei o espetáculo muito bom. O diretor conseguiu trazer muita coisa do cinema para a ópera e provou que áreas diferentes podem ser trabalhadas próximas. O resultado foi muito positivo”, declarou o músico Fabrício Bastos.

A professora Rita Correa estava na palestra em busca de novos conhecimentos. “Estou aqui porque sei que posso adquirir mais conhecimento que serão aplicados com meus alunos em sala de aula. É um cineasta conhecido e com muita experiência, por isso sei que sairei daqui com mais conhecimento”, revelou a professora.

Fã de carteirinha de Meirelles, a estudante Patrícia Andrade chegou cedo ao teatro para garantir um bom lugar na plateia. “Conheço todos os filmes e séries que ele dirigiu. A experiência na ópera só serviu para provar o quanto ele é competente. Estou curiosa para saber como foram criados os cenários da ópera e indagar também de coisas sobre cinema”, afirmou a estudante.

Mágicas - Apesar de se considerar um aprendiz no cenário operístico, Fernando Meirelles repassou ao público a experiência de dirigir pela primeira vez uma ópera. “Foi uma pequena loucura que deu certo, pelo menos a crítica especializada teceu bons comentários sobre a ópera. Foi algo desafiador, mas muito gratificante de fazer”, comentou. Depois de um mês vivenciando essa arte, Meirelles já se define em seu Twitter pessoal como “Diretor de óperas”.

Meirelles revelou ao público as “pequenas mágicas” que foram feitas para o brilho da ópera ser maior e mais convincente. Começou mostrando como é feito o içamento dos dois artistas que fazem o papel de pescadores e como eles ‘mergulham’ num ‘mar’ criado com luz e imagens, na abertura da ópera.

Com uma tela transparente iluminada de frente, ele mostrou como os cenotécnicos (pessoas responsáveis pela montagem do cenário) ficam ‘invisíveis’ no palco e trocam o cenário em cena aberta. Também tentou dublar a ária "Je crois entendre encore", na qual brilha o tenor Fernando Portari, o Nadir da história. E em outro momento, tomou o lugar de Zurga (Leonardo Neiva) e fez uma entrada ‘triunfal’ no palco, tal qual o barítono na ópera.

Meirelles elogiou muitas vezes Belém e as pessoas que fazem o Festival de Ópera, entre eles o baixo barítono paraense Andrey Mira. “Quando o vi cantar em um teste, há uns dois meses, eu fui às lágrimas. Me emocionei bastante. Tenho certeza que o Brasil ainda vai ouvir falar muito dele”, apostou.

“A essência da ópera é o exagero”, disse Fernando. “A princípio, quando comecei nesse negócio de fazer ópera, não gostava disso, queria uma coisa mais naturalista, mas aprendi como funciona, e agora reconheço que tem que haver esse exagero”, ponderou.

Meirelles também elogiou o Theatro da Paz. “Esta casa (Da Paz) tem a vocação inicial de ser operística, então, por que não valorizar essa vocação e continuar fazendo óperas? Não é por mim que cheguei só agora. Mas é por essa bela casa. Pela valorização dela”, opinou.  

O diretor revelou, ainda, que vai usar a experiência adquirida em Belém e no festival para sua próxima incursão além do cinema. Ele, Daniela Thomas e Andrucha Waddington vão dirigir a abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016. “O que não deixa de ser uma grande ópera em proporções gigantescas”, disse.

A última récita de “Os Pescadores de Pérolas” será nesta terça-feira, 15, às 20 horas, no Theatro da Paz. Os ingressos já estão esgotados. A TV Cultura do Pará vai exibir a ópera para Belém e mais de 110 municípios do Estado. Também neste dia, 17 salas de cinema de oito cidades brasileiras vão poder acompanhar a transmissão da ópera ao vivo. As cidades são João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Santos (SP) e Brasília (DF), com uma sala cada; Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), com duas; São Paulo (SP), com quatro, e Rio de Janeiro (RJ), com cinco. 

O Festival termina com o Concerto de Encerramento (ao ar livre), no dia 19 de setembro, às 20h, em frente ao Theatro da Paz. Este concerto tem patrocínio do Banpará, por meio da Lei Rouanet.

(Com colaboração de Noely Lima)