Encontro orienta empreendedores sobre financiamentos para pequenos negócios
Empreendedores criativos dos setores de gemas, joias e artesanato, integrantes do Programa Polo Joalheiro do Pará participaram, na última quarta-feira, 18, no Espaço São José Liberto, do “Encontro Setorial: Financiamento para Pequenos Negócios”. A atividade faz parte da ação de Capacitação e Qualificação Profissional do Polo Joalheiro e do APL de Moda e design, gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e mantido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e do Igama.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer diversas linhas públicas e privadas de crédito, através das palestras de representantes do Banco da Amazônia, Banco do Brasil (BB) e CredCidadão - programa de microcrédito do governo estadual, destinado a atender a micros e pequenos empreendedores. Ao final, foram prestados atendimentos individuais para os interessados em tirar dúvidas e buscar orientações específicas sobre o assunto.
Mônica Coutinho, diretora de Planejamento do CredCidadão, foi a primeira a falar. Ela explicou que a linha de crédito do governo do Estado é ligada à Secretaria de Estado Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). “Nós trabalhamos com recursos de R$ 100,00 a R$ 2 mil reais. Nosso crédito é para quem está iniciando, mas quem já tem um pequeno negócio e quer reforçar o capital pode fazer o aval solidário, agrupando-se com outras pessoas para obter um valor maior, de até 10 mil reais”.
O CredCidadão contribui para o fortalecimento do empreendedorismo para gerar trabalho, renda e qualidade de vida, por meio da concessão de crédito acessível e adequado para a criação, o crescimento e a consolidação de empreendimentos formais e informais, localizados no estado do Pará. “Trabalhamos com o nicho de empreendedores que tem a capacidade de empreender, de se desenvolver. Esse é o nosso foco”, afirmou Mônica.
A linha de crédito foi criada em 2004 com o nome de Crédito Produtivo, período em que, lembrou a diretora, alguns integrantes do Polo Joalheiro tiveram acesso. “Fomos parceiros daqui financiando alguns artesãos e joalheiros”. Com o passar dos anos, explicou, a linha de crédito sofreu algumas alterações, sendo a última datada de dezembro de 2013, de acordo com a Lei 1774, que permitiu a criação de outras linhas de crédito, além das convencionais, e com o diferencial de taxas de juros menores.
Cintya Raiol Rondero, gerente de Relacionamento Pessoa Jurídica/Varejo do Banco da Amazônia falou sobre linhas de crédito disponíveis para as micros (quem fatura até R$ 360 mil por ano), pequenas empresas (com faturamento de até três milhões e seiscentos reais ao ano) e Micro Empreendedor Individual (MEI) - trabalhador que se formalizou e tem uma única empresa e até no máximo um funcionário – que já está formalizado há, no mínimo, seis meses.
Criada há mais de um ano e conhecida como Crédito para MEI, a linha tem uma taxa diferenciada de mercado por ser o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) um recurso federal para fomentar as micro e pequenas empresas, como forma de contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região Norte, sendo pautado em bases sustentáveis, concedendo financiamentos adequados às necessidades dos setores produtivos.
“Entre as vantagens da nossa linha de crédito, além de ser isenta de IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros), a liberação é rápida, não tem muita burocracia. Trabalhamos com a indústria e o comércio, em geral. Nossa agência, dentro do segmento do MEI, está batendo todas as metas e tem sido muito procurada. Estamos com as portas abertas e espero que os empreendedores nos procurem para fazer os financiamentos”, convidou Cintya Rondero.
Já Rubens da Silva, supervisor regional da Movera, apresentou uma linha de crédito exclusiva para o segmento de pessoa física e jurídica no âmbito do Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) do Banco do Brasil. “A linha de crédito existe desde 2011 e a Movera foi criada em 2012, com três unidades, sendo que, em Belém, começou a operar recentemente, em junho de 2015. Desde então estamos ganhando o mercado, divulgando e estabelecendo parcerias importantes”, frisou o supervisor regional da empresa, informando que outras informações podem ser buscadas no site movera.com.br.
Público - Para Gisele Moreira, artesã e proprietária da Arte Papa Xibé, de roupas e acessórios de moda, a iniciativa foi louvável. Ela fez questão de buscar informações com todos os palestrantes, ao final do encontro. “Tivemos uma proximidade maior com as instituições financeiras, tiramos dúvidas e obtivemos informações que, às vezes, na correria do dia-a-dia, não conseguimos ter. O conteúdo foi transmitido com muita clareza e outras pessoas perguntaram sobre o que eu também gostaria de saber”, ressaltou Gisele, que pretende dar novo impulso aos seus negócios, viabilizando suas propostas.
O ourives, artesão e micro empreendedor José Coelho Lucas também falou que a proposta foi interessante. Ele também conversou com os representantes das instituições financeiras após as palestras, atentando para especificidades do trabalho com a joalheria, levando em conta que o valor do grama do ouro, uma das principais matérias-primas do negócio, é diferenciado de outros produtos.
Para Rosa Helena Neves, diretora executiva do Espaço São José Liberto, estimular e incentivar o acesso dos empreendedores criativos aos serviços e programas de microcrédito e crédito para financiamento de negócios oferecidos pelas instituições financeiras significa contribuir para o fortalecimento dos empreendimentos, considerando que o acesso ao crédito exige um Plano de negócios e o estabelecimento de prioridades para viabilizar o crescimento das empresas que compõem os APLs de moda, design, joias e artesanato. “Trata-se de uma ação estratégica adequadamente planejada para o crescimento do volume de negócios”, finalizou a diretora.