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Palestras do Hospital Ophir Loyola alertam contra o câncer de próstata

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/11/2015 17h42

Um dos atuais desafios da medicina é fazer as pessoas envelhecerem com saúde. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), em quatro décadas a população com mais de 60 anos deve triplicar. Haverá 893 milhões de idosos no mundo e 20,6 milhões no Brasil. Com a idade aumenta também o número de doenças. Esse avanço também eleva a incidência e mortalidade por câncer de próstata, mais frequente a partir dos 70 anos. A doença é o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o segundo mais comum em homens.

Os números deram origem à campanha mundial Novembro Azul, que alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e estimula o homem a mudar atitudes e hábitos com a saúde. O Hospital Ophir Loyola apresentou palestras nessa sexta-feira (20) para chamar atenção para esse que é o segundo tipo de câncer que mais acomete homens no Pará, atrás somente do câncer de estômago, segundo a Coordenação Estadual de Oncologia. Até o fim do ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima mil casos no Estado – uma taxa bruta estimada de 25,09 casos a cada 100 mil habitantes – e 330 casos somente em Belém.

O residente de urologia Diego Moraes afirmou que é necessário manter as campanhas de incentivo para que o homem busque assistência. “O paciente já chega ao consultório com medo de fazer exame de toque, muito importante para verificar a consistência da próstata, tamanho e limites. Quanto maior a próstata, maior a chance de uma clínica importante. Permite ainda checar o estágio de uma doença cancerígena. Muitas vezes o paciente parece bem clinicamente, mas no exame de toque é detectado um nódulo”, explicou.

O médico alertou para a maior incidência, apesar dos programas de rastreamento. O impacto global dobrou nos últimos 30 anos. Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Japão, onde a expectativa de vida é maior, os números são mais agressivos. No Brasil, em 2011, foram registrados 52 mil casos novos de câncer de próstata, e são esperados quase 70 mil para 2015. No Pará foram registrados 930 casos no ano passado.

Prevenção - O chefe do Serviço de Urologia do Ophir Loyola, Ricardo Tuma, informou que o câncer de próstata é com frequência descoberto no exame físico ou por monitoração dos exames de sangue, como o teste do Antígeno Prostático Específico (PSA). “O toque retal e a dosagem do PSA devem ser feitos em todo homem a partir dos 45 anos. Caso haja histórico na família, é recomendável fazer os exames preventivos a partir dos 35 anos. A maioria desses tumores cresce de forma lenta, um centímetro a cada 15 anos, sem ameaças à saúde, então é essencial passar por consultas periódicas com o especialista”, afirmou.

Ricardo Tuma informou que 72% dos pacientes ainda chegam ao hospital com a moléstia localmente avançada ou disseminada. “Esse dado já foi pior há dez anos, quando atingia 89% desses homens. Além disso, mais de 50% chegam com o PSA acima de 10. Ou seja, quanto maior o valor do PSA, maior o risco de câncer, mas também pode indicar a presença de prostatites. Esse exame dever ser feito anualmente em homens que já atingiram o limite de idade”, reforçou.

A programação do hospital também abordou sobre o câncer de pênis, com o serviço social e enfermagem. Considerado um tumor raro, é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste e representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem. Em 2014, o Hospital Ophir Loyola assistiu 46 casos novos, e contabiliza 34 até setembro deste ano. A doença está associada à fimose (não remoção do prepúcio, pele que reveste a glande), à falta de higiene e à contaminação pelo vírus HPV (papiloma vírus humano). O câncer de pênis tem maior incidência em homens a partir dos 50 anos, mas também pode atingir os mais jovens.

Ambas as doenças têm aspectos psicológicos associados a mudanças no comportamento sexual, que podem levar à depressão, isolamento e irritabilidade, segundo explicou a psicóloga Elvira Gama. “Esses aspectos estão presentes no diagnóstico, no pré e pós-operatório, e estão relacionados à masculinidade, ao papel social do homem na família e no contexto dos demais ambientes de pessoas com que ele se relaciona. Esses cânceres podem causar disfunção sexual, principalmente o de pênis, que pode resultar na retirada parcial ou total do órgão genital. Isso gera impacto na vida do homem, na família, no trabalho, na identidade da pessoa”.