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No Dia do Teatro, a arte ganha fôlego e renova a plateia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/09/2017 00h00

Quando se pensa em festivais de ópera, logo se imagina um público mais experiente e erudito. Considerado um dos mais importantes festivais de ópera do Brasil, e reconhecido internacionalmente, o XVI Festival de Ópera do Theatro da Paz quebra um pouco esse estigma.

Grande parte da plateia é formada por jovens de até 20 anos. Um público surpreendente até para os artistas de fora. Aqui, eles são aplaudidos pela nova geração de uma forma tão entusiasmada, o que não ocorre em outros estados. “Eles (os artistas de fora do estado) afirmam que o Theatro da Paz é o teatro do Brasil que têm mais jovens. Nas minhas idas a São Paulo e Rio de Janeiro, eu agucei o olhar para esse detalhe e pude comprovar. Em Belém, é esmagadora a procura dos jovens pela ópera”, comemora Gilberto Chaves, diretor artístico do Festival.

Com 139 anos, o Theatro da Paz, um dos teatros-monumentos do Brasil, comemora o Festival de Ópera como um evento que a cada ano atrai um público renovado e democrático. “Essa renovação é o maior legado trazido pelo Festival, além da formação dos nossos técnicos, os nossos meninos que tomam gosto pelo canto lírico, e que durante os espetáculos têm a chance do intercâmbio com grandes nomes da ópera internacional”, destaca Gilberto.

Motivos para festejar - Nesta terça-feira (19) comemora-se o Dia Nacional do Teatro e o Dia Nacional do Teatro Acessível. Além da renovação da plateia, que está pode ser conferida no Festival de Ópera, o teatro paraense ganha fôlego com cursos que buscam incentivar desde a iniciação artística, até a formação de novos profissionais dos bastidores.

Quando cai o pano de um espetáculo teatral, inicia-se outro trabalho, que é invisível para o público. Vários detalhes são pensados para o perfeito desenvolvimento das cenas. E para estimular a formação de novos profissionais de cenografia e valorizar a essência do teatro, a Fundação Cultural do Pará (FCP) começou um projeto piloto em junho.

Com duração de quatro semanas, a Oficina de Cenotecnia em Construção de Caixa Cênica Italiana foi ministrada pelo cenógrafo do Theatro da Paz, Ribamar Monteiro. Durante o curso, 30 alunos ajudaram a construir uma maquete de uma caixa cênica italiana, nos moldes das que são utilizadas nos maiores teatros do mundo.

“Esse curso nasceu da ideia de oportunizar o ensino da cenografia às pessoas que usam o teatro, mas que não têm a noção de como ele funciona, só sabem usar o palco. Além disso, existe uma carência de mão de obra especializada e essa oficina oportuniza o aprendizado dos jovens na área”, destaca o profissional.

A iniciativa da Fundação Cultural do Pará vai ser ampliada no próximo ano, com a formação de novas turmas de cenotecnia, dessa vez com um trabalho mais minucioso. “Queremos ampliar esse processo. Mostrar não só o conceito, mas fazer a formação dentro dos espaços, ensinar como manusear um maquinário, usar o jogo de luz e mesas de som, além de abrir espaço para outros técnicos do estado e até de fora”, disse Nívia Brito, assistente cultural de cenotecnia do Teatro Waldemar Henrique.

A grande participação dos jovens na oficina de caixa cênica provou a curiosidade dos novos artistas de assimilar o teatro em sua forma técnica. “A maioria deles veio da Escola de Teatro da Universidade Federal do Pará. É muito importante ver que os jovens estão ligados nessa questão cenotécnica... dos detalhes. É como conhecer cada cantinho da nova casa que vai lhes acolher”, disse a assistente da oficina Daniele Queiroz.

Iniciação - O Estado também incentiva a formação de artistas de teatro nos cursos ministrados nas oficinas do Curro Velho há 25 anos. A cada semestre, em média 16 cursos são ofertados gratuitamente a alunos de escolas públicas. De lá, já saíram artistas como Ronaldo Faial e Uirandê Mendonça, hoje maquiadores na Rede Globo de Televisão.

“Muitas pessoas passaram a se identificar com a arte a partir de um primeiro contato que elas tiveram com o teatro, aqui, no Curro Velho. É muito gratificante ver o retorno das famílias dessas crianças e jovens, ao relatar que houve melhora no relacionamento deles na escola e em casa depois das oficinas”, disse Jorge Cunha, coordenador de linguagem corporal.

Nasce um ator - Uma das oficinas de teatro ministradas atualmente no Curro Velho desenvolve a temática do Círio. Ao incorporar um promesseiro que carrega a réplica de uma casa na cabeça, Maykom Pantoja, 18 anos, é só gratidão. Depois de 12 oficinas de teatro das quais ele participou, em um ano e meio, o jovem que trabalha com o público em uma hamburgueria de Belém, confirmou o caminho a seguir. “Hoje eu sei que eu sou. Sou o Maykom sonhador, que quer abraçar o teatro como profissão”.

E é assim, oportunizando sonhos, estimulando o talento, reciclando profissionais e modernizando a plateia, que o teatro paraense se reinventa. Sobe o pano.

Serviço:

- Programação -  XVI Festival de Ópera do Theatro da Paz

Dia 23/09
20h - Concerto de encerramento, em frente ao Theatro da Paz
Informações: 4009-8750 

- Oficinas do Curro Velho

Endeeço: rua Professor Nelson Ribeiro, esquina com a travessa Djalma Dutra. Informações pelo telefone: 3323-0049/ 3323-0300.

- Fundação Cultural do Pará

Avenida Gentil Bittencourt, nº 650 - (91) 3202-4300