Curso capacita adolescentes internos da Fasepa para o mercado de trabalho
Para muitos adolescentes que cumprem medida socioeducativa no Centro de Adolescente em Semiliberdade (CAS), em Icoaraci, a inserção no mercado de trabalho e a possibilidade de iniciar uma trajetória profissional representam uma nova oportunidade para mudar de vida. Nessa perspectiva, o projeto Ressignificando Caminhos na Socioeducação desenvolve diversas ações que contribuem para a inclusão social destes jovens por meio da educação profissional. Na segunda-feira (30), mais cinco jovens deram um importante passo com a conclusão do curso de fabricação de material de higiene e limpeza.
O CAS e mais 13 unidades administradas pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) recebem cursos profissionalizantes a partir de parcerias com a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e a Sociedade de Meio Ambiente Educação e Cidadania (Somec). A estimativa é que cerca de 400 adolescentes participem dos 36 cursos, entre eles eletricista predial e residencial, fruticultura, fabricação artesanal de cosmético, fotografia e manicure.
“Antes eu não me importava com o meu futuro, com a minha educação, mas esse curso despertou em mim a vontade de estudar, de voltar a trabalhar, conquistar as coisas com meu esforço e suor. Todos temos capacidade de realizar nossos sonhos, basta a agente se dedicar para isso. Muitos lá fora querem uma oportunidade como essa, de fazer um curso profissionalizante, mas a gente não tem dinheiro para pagar porque é muito caro”, disse um adolescente de 16 anos que há um ano cumpre medida socioeducativa.
A vontade ou necessidade de trabalhar é manifestada desde muito cedo pelos jovens que cumprem medida socioeducativa na Fasepa. Segundo dados quadrimestrais do perfil dos socioeducandos 2015, isso pode ser explicado por aspectos familiares, sociais e econômicos relacionados aos arranjos familiares, composição da renda e procedência por bairro de origem. Levando em conta apenas o grau de escolaridade dos responsáveis dos socioeducandos atendidos pela Fasepa, até abril deste ano, de um total de 632 pessoas, 69,5% têm nível fundamental. Analfabetos são 8,2% e outros 7,8% têm o ensino médio incompleto.
O presidente da Fasepa, Simão Bastos, diz que “a parceria entre as instituições fortalece as ações voltadas para a profissionalização dos socioeducandos. Neste sentido, é impossível trabalhar a socioeducação sem dar perspectiva de trabalho, emprego e renda para esses jovens. É com essa nova possibilidade de vida que eles vivenciaram mais essa etapa direcionada a educação profissional nesse curso”, avaliou.
No último dia 24, mais oito jovens concluíram o curso de grafite, ministrado no Centro de Internação Jovem Adulto Masculino (Cijam). O curso do CAS teve carga horária de 40 horas e garantiu aos participantes certificado de conclusão. Durante o encerramento, os jovens deram uma amostra do que aprenderam nas aulas, com a exposição e comercialização de diferentes produtos, entre eles desinfetante multiuso, amaciante de roupa e sabonete em barra, entre outros.
Segundo a instrutora da Somec, Sandra Souza, “os jovens se interessaram bastante pelo curso, que abordou algo bastante rentável, de fácil comercialização e que envolve algumas combinações químicas. Muitos inclusive pretendem fazer uma faculdade de química ou mesmo aprimorar os conhecimentos para desenvolver novos produtos e buscar mais uma forma de ajudar na renda de casa. Isso faz com que a gente sinta orgulho e esperança com relação ao futuro deles”, ponderou.