Fundação Carlos Gomes lança livro que resgata história do conservatório
Alunos, ex-alunos, professores e ex-professores do Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG) participaram nesta quinta-feira (10) do lançamento do livro “Instituto Estadual Carlos Gomes – 120 anos de história”. O lançamento ocorreu na sala Ettore Bosio, tradicional sla de concertos da instituição, que ficou lotada de convidados. Eles acompanharam a exibição de um documentário com duração de 20 minutos, feito especialmente para comemorar os 120 anos do instituto, completados em fevereiro deste ano.
O vídeo traz depoimentos emocionados de alunos que se tornaram professores do conservatório e músicos que desempenharam um trabalho importante para o ensino musical no Pará, como o russo Serguei Firsanova, que lecionou viola no instituto e encerrou este ano as atividades no IECG. “Aprendi a trabalhar com todo mundo independente de idade, do talento ou da condição social”, diz o músico em um trecho do documentário.
O superintendente da Fundação Carlos Gomes, Paulo José Campos de Melo, se disse privilegiado em fazer parte dessa história. A professora Líliam Barros, uma das organizadoras do livro, agradeceu a todos que concordaram em ser entrevistados para a pesquisa e que destinaram um pouco do tempo para narrar as histórias de vida. A autora frisou que eles são coautores do livro. “Tudo que o conservatório é e significa não cabe nas 300 páginas deste livro”.
A publicação é fruto da parceria entre a Fundação Carlos Gomes, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Imprensa Oficial do Estado, com organização das professoras doutoras do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA Líliam Barros e Lia Braga Vieira. O livro é resultado do projeto de pesquisa "Memórias do Instituto Estadual Carlos Gomes", do Grupo de Pesquisa Música e Identidade na Amazônia e Laboratório de História Oral em Educação Musical, em colaboração com o Laboratório de Etnomusicologia, ambos vinculados à UFPA.
Os capítulos abordam os aspectos da memória da instituição a partir dos relatos de vida de ex-alunos e ex-professores, revelando como eram as práticas musicais e também as experiências pessoais que eles tiveram no tempo em que atuaram na instituição.
Um dos capítulos, de autoria do pesquisador Habib Fraiha Neto, é dedicado à criação da medalha comemorativa pelos 120 anos do IECG e ao resgate da história do prédio, que abriga o antigo conservatório, que foi a residência do advogado, pintor e naturalista Eládio da Cruz Lima. Ilustrado com fotos e com os detalhes da confecção da medalha dos 120 anos, este trecho do livro faz o resgate dos dados biográficos do cientista que idealizou o prédio.
“Foi quase um ano de pesquisa, nos acervos da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, mas considero que consegui um acréscimo muito importante à história do instituto e à biografia de Eládio Lima”, disse Habib Fraiha Neto. Outra parte do livro oferece uma visão geral da história do instituto desde sua fundação, passando pelo relato de cantores e instrumentistas, como Ricardo Aquino, Eduardo Nascimento, Malina Mineva, Maria Antonia Jimenez, Madalena Aliverti e Idlcy Pamplona, entre outros, além de um capítulo sobre a introdução do ensino de violão no IECG.
A pesquisa durou sete meses e teve a participação de mais de 20 estudantes e bolsistas. Foram feitas mais de 60 entrevistas, que resultaram em relatos significativos sobre os fatos marcantes que ajudaram a consolidar a terceira mais antiga instituição de ensino da música no Brasil.
“O livro aborda as memórias dessas pessoas, em diversas fases de sua história, as mudanças dos processos de ensino e aprendizagem ao longo do tempo, as relações pessoais e profissionais que se solidificaram, os grupos artísticos que se formaram e tantos outros acontecimentos e marcos da história desta instituição que foram importantes para o cenário do ensino de música no Pará”, concluiu Paulo José Campos de Melo.