Crianças ajudam a criar a identidade visual do carnaval das Crias do Curro Velho
Neste sábado, 10, as crianças que fazem parte da Iniciação Artística começaram as atividades para o Carnaval 2015 do “Grêmio Recreativo Escola de Samba Crias do Curro Velho”. O primeiro dia de atividades foi marcado pelo desenvolvimento da ação que escolhe a imagem símbolo do carnaval 2015 das Crias do Curro Velho, que será utilizada nas camisas e nos fôlderes do evento.
E para fomentar a ludicidade infantil, a tarde começou com uma palestra ministrada pelo professor de História, Brasilino Assaid, que discorreu sobre o tema do samba-enredo deste ano. Intitulada “1615 – Belém de véspera”, a canção fala sobre as riquezas culturais da terra que viria a se tornar a Belém que conhecemos hoje. Após o workshop, as crias, orientadas pelos instrutores de pintura Beatriz Vicente e Marcelo Lobato, foram estimuladas a desenvolver o ícone representativo da agremiação.
Acostumado a dar aulas para os pré-universitários, o professor Assaid afirmou estar agradecido pela oportunidade de apresentar às crianças um mundo que elas desconhecem, mas que é de extrema importância para que se mantenha vivas as raízes culturais da nossa terra. “É muito fascinante falar para esse público. Apresentar a memória e a história do nosso povo é um trabalho de cidadania, além de ser uma forma de demonstração de amor à cidade às vésperas de seu quarto século de fundação. Muito importante essa iniciativa da Fundação Cultural do Pará, além de ser um incentivo para mim”, frisou o historiador.
Depois do seminário, as crianças soltaram a imaginação e criaram desenhos com personagens e elementos citados pelo professor, que comporão o samba do “G.R.E.S. Crias do Curro Velho” deste ano. Flavio da Cruz, 15, estudante do 7º ano, diz que foi muito bom conhecer um pouco mais sobre a cidade onde mora. “A aula foi muito legal, aprender sobre o que era a nossa população foi muito bom para mim como pessoa”, disse o adolescente, que escolheu a imagem de um índio, habitante originário da Feliz Lusitânia, como foi batizada a terra recém ocupada pelos portugueses. “Tomara que meu desenho represente as crias”, finalizou.
Já Giuliana Danilly, 11, criou todo o universo característico de 399 anos atrás. A menina, que participa do carnaval das “Crias do Curro Velho” desde os quatro anos de idade, reproduziu o dia a dia dos índios, retratado por uma oca, um rio, as árvores e um indígena caçando, com base no que ela ouviu do professor e seguindo a letra da música. “Aprendi que era assim que as pessoas viviam, perto da natureza”, apontou a pequena.
Segundo a instrutora Beatriz Vicente, o exercício visa promover a capacidade de colaboração dos pequenos. “O trabalho reforça a participação da criança no processo de criação. Quando eles vêem seus desenhos transportados para um mural, uma camisa, um panfleto, os garotos se sentem valorizados e estimulados a interagir e brincar”, explica a artista plástica. Beatriz destaca que, normalmente, mais de um desenho é escolhido, pois, assim, as crias aprendem a dividir e a trabalhar em equipe. “Uma média de três trabalhos são escolhidos e adaptados, formando a marca do carnaval ‘Crias do Curro Velho’”, explica.
O desfile de carnaval do “G.R.E.S Crias do Curro Velho” será no dia 7 de fevereiro, um sábado, com concentração na Praça Brasil. A partir das 9h a agremiação sai pelas ruas do bairro do Telégrafo em direção à sede do Curro Velho, localizado na Rua Professor Nelson Ribeiro. O Curro Velho informa que ainda há vagas para a bateria e para as alas. Para se inscrever, os interessados devem procurar a secretaria de oficinas da instituição. Mais informações pelos telefones (91) 3184-9100 e 9 8895-1334.
Texto: Andrezza Gomes - Fundação Cultural do Pará
