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Iasep fará cartilha para cuidadores de pacientes com Alzheimer

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/09/2017 00h00

Servidores e gestores do Instituto de Assistência dos Servidores do Pará (Iasep) reuniram-se nesta quarta-feira (20) para discutir formas de orientar sobre os cuidados necessários com a pessoa com Alzheimer, doença degenerativa. Uma das propostas, apresentada pela gerente de Regulação do Iasep, Charliana Damasceno, é a formatação da cartilha “Cuidar do Cuidador”, contendo orientações gerais para cuidadores dos pacientes. A ação no Iasep foi alusiva ao Dia Nacional da Conscientização da Doença de Alzheimer, nesta quinta-feira (21).

“É muito importante que a cartilha sobre a doença de Alzheimer tenha esclarecimentos para o cuidador. As pessoas acabam adoecendo porque não sabem os cuidados que precisam ter para suportar a grande demanda emocional e física que é o desgaste do cuidador. Ele se preocupa e se dedica diariamente ao paciente, por isso é necessário que receba orientações’’, disse Charliana Damasceno. Além de especialista na área de Saúde, a gerente enfrenta a doença em casa. Desde os 58 anos de idade, sua mãe foi diagnosticada com Alzheimer.

Ela disse que nos dois primeiros anos observou alguns sinais da doença, como esquecimento e mudança de comportamento. “Ela não contou o problema emocional que estava enfrentando, que desencadeou a doença. Quem não sabe lidar com essa estrutura emocional pode adquirir outras doenças, como a depressão’’, ressaltou.

Para a servidora, o cuidador precisa estar bem para atender outra pessoa, além de conhecer a doença e ter contato com outras pessoas que passam pela mesma situação, para que possa trocar informações e, principalmente, ter um acompanhamento psicológico.

Desgaste emocional - Regina Coeli da Rocha, coordenadora de Assistência Social do Iasep, frisou que “é fundamental que o cuidador esteja estruturalmente preparado para lidar com todo o tipo de situação que possa surgir, para que não passe aos pacientes’’. Segundo ela, muitos cuidadores enfrentam agressões físicas, ofensas e a irritabilidade do paciente, que resiste em aceitar que está doente. “O desgaste emocional do cuidador é muito grande, e ele é quem mais sofre, por isso a paciência é essencial em todo momento. O apoio familiar também é muito importante, porque muitos só vão para visitar o paciente, enquanto poucos familiares assumem o papel de cuidador’’, destacou.

De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a doença é causada pela morte das células cerebrais e se manifesta como demência ou perda das funções cognitivas (memória, orientação e linguagem). Muito comum em idosos, o Alzheimer não tem cura, mas é possível retardar seu avanço.

O Iasep tem hoje mais de 62 mil segurados acima de 60 anos, o que chama a atenção dos gestores para a necessidade de adotar medidas preventivas em relação às doenças que têm a idade como fator de risco. Segundo a Abraz, após os 65 anos o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.

A cartilha proposta pelo Iasep deverá ser apresentada em formato digital, em uma versão reduzida, com informações, links e contatos importantes.

Busca de orientação - Dados da Abraz mostram que no Brasil há cerca de 1,2 milhão de casos de Alzheimer, a maior parte ainda sem diagnóstico, pois é muito comum que os sintomas iniciais sejam confundidos com o processo de envelhecimento normal. Por isso, os familiares acabam adiando a busca por ajuda médica, atrasando o diagnóstico. Os médicos recomendam que nos primeiros sinais os familiares procurem o serviço de saúde ou um especialista, em busca da correta orientação sobre cuidados com o paciente.

É o caso da gerente de Assistência Domiciliar Marcia Cristina Lemos, que reconheceu no pai os sintomas da doença há três anos. “Só conseguimos saber que ele estava com Alzheimer depois de procurar o serviço de saúde. Ele não aceitava que estava doente. Fez o teste para diagnosticar a doença, e hoje toma remédios e recebe tratamento que ajuda a controlar alguns comportamentos que todo paciente geralmente tem, como esquecimento e confusões mentais’’, informou a servidora. (Colaboração de Ana Luiza Pinto).