Alunos da Escola Augusto Meira vivenciam ambiente acadêmico na UFPA
Uma aula prática e de vivência do cotidiano acadêmico. Esse é o objetivo do evento “Fazendo Ciências com os pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA)", que levou cerca de 70 alunos do segundo ano do Ensino Médio da Escola Estadual Augusto Meira para um dia inteiro de visita aos laboratórios do Centro Tecnológico da UFPA. A programação marca o encerramento das atividades avaliativas do quarto bimestre.
Este é o segundo ano que a aula prática acontece, resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Escola Estadual de Ensino Médio Augusto Meira e a UFPA, oferecendo aos alunos a oportunidade de conhecer de perto os laboratórios e o próprio Campus da UFPA. A Escola Agusto Meira funciona em tempo integral e faz parte do Programa Ensino Médio Inovador Jovem de Futuro.
Divididos em três grupos, os estudantes conheceram as atividades realizadas pelos pesquisadores da UFPA nos laboratórios de Engenharia Química, Engenharia Mecânica, Medicina e o Laboratório de Demonstração (LabDemon).
Raimison Corrêa, concluinte do curso de Graduação em Física da UFPA e bolsista do Laboratório de Demonstrações (LabDemon), vinculado à Faculdade de Física, explica que a visita foi pautada em uma abordagem cotidiana dos assuntos ministrados em sala de aula pelo professor, mas demonstrando, na prática, as leis e princípios da Física. "É para que os alunos observem aquilo que estudam no seu dia-a-dia. Afinal, o estudo da Física é o estudo da natureza. Nós estamos aqui completando a missão do professor, que é ensinar Física aos alunos, com demonstrações
práticas sobre a matéria".
Segundo o pesquisador, os alunos ficaram bem impressionados com o que viram nos laboratórios. "O que mais eles queriam saber era o significado de alguns fenômenos e de que forma eles nos afetam. As questões geralmente refletem curiosidades que todo mundo tem, do tipo "se eu fizer isso ou aquilo vou tomar um choque, vou morrer, vou cair?... Por isso preferimos trabalhar em cima de situações do cotidiano, pois se o aluno entender o conceito e aplicar o que aprendeu no seu dia-a-dia atingirá o nosso objetivo, que é evitar acidentes e salvar vidas".
Para o professor, o ensino da Física não deve se resumir ao conteúdo pelo conteúdo, utilizado apenas como um meio para se obter boas notas. “É algo que o aluno deve encarar como um conhecimento útil para a sua vida e das pessoas a sua volta", argumenta.
Criado em 2004 na UFPA, o LabDemon atende também, por meio dessa parceria, alunos de escolas pública e particulares, desde o Ensino Fundamental,
passando pelos ensinos Técnico, Médio Técnico e Superior. “Professores de Radiologia, por exemplo, procuram o nosso laboratório para demonstrar o que vêem e discutem em sala de aula sobre o Raio X”, informa Corrêa.
Segundo o professor de Filosofia Jacenilson Mota Melo, da Escola Augusto Meira, coordenador da ação, existe um trabalho paralelo feito em parceria com a UFPA que integra o projeto interdisciplinar "Leitura, escrita, cálculo e combate à violência". O projeto existe há oito anos e uma das atividades que ele contempla é exatamente a visita de alunos da segunda série do Ensino Médio aos laboratórios da Universidade - de Medicina, Química, Mecânica, Física e LabDemon - para que eles possam participar de experiências nas várias áreas do conhecimento.
Escolhas
Além de colocar em prática a atividade pedagógica, explica Mota Melo, a programação do “Fazendo Ciências com os pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) busca inserir os alunos noesse ambiente acadêmico, auxiliando-os a decidir pelo curso que pretendem abraçar no futuro. "É sem dúvida um incentivo para o aluno que realmente gostar de estudar, para que ele siga em frente e consiga chegar à universidade. Geralmente eles ficam encantados com o que vêem nos laboratórios”, destaca.
Durante a visita, o espaço que mais chamou a atenção dos estudantes foi o laboratório de Medicina, onde eles acompanham de perto como são feitas cirurgias, procedimentos de emergência, verificação da pressão arterial e da tipagem sanguínea, observação das células no microscópio, etc. Já no Laboratório de Física, os experimentos em eletricidade e mecânica são os que mais atraem a curiosidade dos alunos.
Para o aluno Juan Patrick, 18 anos, a visitação é uma forma diferente e interessante de aprender. "Alguns alunos tendem natualmente para algumas áreas e essa visita acaba estimulando não só no nosso desempenho em sala de aula como ajuda também a decidirmos sobre que profissão seguir no futuro. Eu, por exemplo, estudo Engenharia Química e isso está sendo muito útil pra mim. Esse apoio da escola e da universidade é fundamental para nós”, atesta..
Professora de Química da Escola Augusto Meira, Vanessa Teixeira da Silva informa que a escola vem trabalhando a metodologia Jovem Cientista, do Projeto Jovem Futuro. “A iniciação científica também é uma metodologia para se dar aula. Eles estão aqui para conhecer a realidade do pesquisador, do cientista, do engenheiro químico, as práticas acadêmicas e também a investigação científica. No Laboratório de Química eles recebem informações sobre a produção de cosméticos, de sabão, detergentes, e conseguem ver, na prática, os conceitos de Química que aprendem em sala de aula", detalha, defendendo a ampliação do programa pela Seduc. "Esse é o tipo de iniciativa que deve ser adotada por todas as escolas públicas. Aumentar essa parceria seria fundamental para alavancar a educação no Pará e aproximaria mais a realidade dos estudante da rede pública do universo acadêmico”, diz.
Para a aluna Dayane Cristine Souza Cavalcante, 16 anos, a experiência é muito importante. "Nas visitas a gente passa a ver de perto como as coisas funcionam e consegue decidir pelo melhor curso a fazer. Quando conheci o laboratório de Engenharia Química confesso que a área de Medicina foi a que mais me chamou a atenção. Principalmente quando vimos como é feita uma cirurgia. Naquele momento pude ver que era aquilo mesmo que eu queria."
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