Conferência estadual discute rumos e desafios da advocacia
Advogados, estudantes de Direito e autoridades participaram na noite desta quarta-feira (20), no Teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, da abertura da VII Conferência da Advocacia do Estado do Pará. Durante três dias, as discussões serão norteadas pelo tema “A reafirmação dos compromissos da advocacia com a sociedade civil e o estado de direito”. O objetivo é fazer, entre os profissionais e acadêmicos da área, uma atualização sobre questões como acesso à Justiça, direitos do cidadão e o fortalecimento dos serviços no interior.
Promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em parceria com a Escola Superior de Advocacia (ESA), o evento é considerado o maior do setor no Estado. Este ano, pela primeira vez, quatro conferências regionais, nas cidades de Marabá, Paragominas, Redenção e Santarém, antecederam os debates na capital. Para o presidente da OAB-PA, Alberto Campos, a interiorização das discussões mostra a força da advocacia paraense nas diversas regiões do Estado. “É motivo de orgulho para nós podermos abraçar os colegas de todos os cantos do Pará”, frisou.
A abertura da conferência teve a participação do governador do Estado em exercício, Zequinha Marinho, que destacou o papel do advogado na manutenção da democracia brasileira. "A troca de conhecimento e a atualização profissional também são salutares para o exercício da advocacia correta e focada no cidadão", frisou. “Aqui certamente vocês vão debater os grandes assuntos do momento no Brasil, no continente e no mundo. Esperamos que aqui os compromissos da advocacia sejam reafirmados”, completou Marinho, lembrando que o Estado é parceiro da OAB-PA.
Comendas
A VII Conferência da Advocacia do Pará homenageou este ano duas mulheres consideradas grandes personalidades do direito paraense. A advogada Maria Sônia Gluck Paul foi escolhida a patrona do evento. A professora Gislaine Segurado Pimentel, 83 anos, que formou gerações de advogados e políticos, recebeu a Ordem do Mérito Advocatício, considerada a maior honraria da entidade. “É uma alegria estar diante de vocês, depois de uma vida de trabalho e dedicação, recebendo esse reconhecimento”, disse.
Em um discurso atual, o presidente da OAB-PA, Alberto Campos, destacou a importância da mulher advogada no Pará, que hoje é maioria na ordem. Hoje existem 8.622 advogadas no Pará, ao lado de 8.608 advogados homens. “Somos a primeira seccional do Brasil a ter mais mulheres que homens com registro. Não por acaso nossas homenageadas são duas mulheres que tanto contribuíram e contribuem com a formação e defesa da advocacia paraense”, assinalou, fazendo referência também à diretora geral da ESA, Cristina Lourenço.
Alberto Campos criticou práticas que ele considera nocivas à sociedade, como as conduções coercitivas e as prisões temporárias, que eram comuns antes da instalação do estado democrático de direito no Brasil. “São segregações provisórias que, em alguns casos, atendem ao desejo de espetacularização da mídia, causando danos a quem porventura for inocente. Não podemos negar que, apesar de termos um novo Código de Processo Civil, estamos retrocedendo”, avaliou, prestando solidariedade à comunidade LGBT, atacada pela decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, que abriu precedente para psicólogos do Brasil tratarem a homossexualidade como doença.
Serviço:
A VII Conferência Estadual da Advocacia do Estado do Pará segue até sexta-feira (22), no Teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas. Veja aqui a programação completa do evento.