Hospital Regional do Baixo Amazonas e Ufopa firmam parceria pela doação de órgãos
Com o objetivo de exercer atividades relacionadas ao processo de identificação, manutenção de possíveis doadores de órgãos e tecidos, além de buscar soluções para fragilidades do processo, construção de parcerias, desenvolvimento de atividade e a capacitação para identificação e efetivação da doação, o Hospital Regional do Baixo Amazonas, que é administrado pela parceria Pró-Saúde e governo do Estado, fez em janeiro sua primeira atividade extramuros, na cidade de Juruti, oeste do Pará.
A ação de descentralização das políticas públicas de incentivo ao processo de doação de órgãos e tecidos para fins de transplante ocorreu graças à parceria entre o HRBA e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). No total, 80 professores, entre graduados e graduandos das mais de 50 escolas de ensino fundamental e médio, participarão da capacitação promovida pela Organização de Procura de Órgão Tapajós (OPO) na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Zenilda de Sousa Guimarães.
Segundo o enfermeiro da OPO Tapajós, Renê Pimentel, um viés da organização é o trabalho de sensibilização sobre a importância da doação de órgão para continuidade da vida, feito a partir de parcerias públicas ou privadas a serem firmadas no oeste do Pará e Médio Xingu, área de abrangência da OPO Tapajós. “A parceria obteve resultado positivo devido o interesse dos participantes em esclarecer dúvidas sobre o processo de doação. A adesão voluntária foi expressiva e firmamos o compromisso de divulgação e esclarecimento nas comunidades adjacentes de Juruti, onde cada professor atua”, declarou.
Em Santarém, o trabalho da OPO Tapajós como organização independente existe há dois anos, antes com denominação de Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que tinha a função de fazer a captação de órgãos e tecidos apenas no hospital regional.
“Em fevereiro de 2012 a região teve a primeira captação de múltiplos órgãos por meio da CIHDOTT, um trabalho muito limitado, e a partir de novembro de 2013, o Estado contemplou a região com a constituição da organização que está presente também na região de Carajás e em Belém. Aqui já fizemos oito captações, sendo uma exclusiva de tecidos. Um dos principais obstáculos ainda é a falta de conhecimento da população sobre o tema”, informou a diretora técnica do HRBA, Lívia Correa.
O diretor geral do HRBA, Hebert Moreschi, falou sobre a importância da sensibilização quanto à doação para transplantes, serviço que deve ser iniciado em Santarém ainda neste ano. “O HRBA caminha a passos largos para se tornar uma referência em transplantes, mas não basta termos uma estrutura preparada e profissionais capacitados, sem que tenhamos doadores de órgãos. Não existe doação sem que haja a conscientização e a desmistificação da população quanto ao ato de doar”, diz.
“Só conseguiremos viabilizar a implantação dos transplantes no HRBA se houver o compromisso da população, dividindo conosco este ato de amor que salva vidas. Portanto, essas parcerias, como a que fizemos com a Ufopa, são imprescindíveis para que a informação possa chegar a nossa população e que tenhamos mais doadores de órgãos, afinal temos milhares de pessoas aguardando em uma fila de espera e a opção pela doação de órgãos representa vida para todas elas”, finalizou Moreschi.