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PLANO EMERGENCIAL

Ações para controle da malária beneficiarão 10 municípios

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/09/2017 00h00

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) vai elaborar um Plano Emergencial de Controle da Malária para atender, especialmente, aos municípios de Anajás, Bagre, Curralinho, Oeiras do Pará, Portel, São Sebastião da Boa Vista, Breves, Cametá, Muaná e Limoeiro do Ajuru, nas regiões do Baixo Tocantins e do Arquipélago do Marajó, que são os 10 responsáveis por 94% dos casos da doença no Pará.

Para tratar do assunto, o secretário de Estado de Saúde Pública, Vitor Mateus; o diretor do Departamento de Controle de Endemias, Bernardo Cardoso, e o coordenador estadual do Programa de Controle da Malária, Cláudio Cardoso, reuniram-se na tarde desta sexta-feira (22), no gabinete da Sespa, com prefeitos, secretários municipais de Saúde e diretores de Endemias desses municípios.

Ficou acertado que as Secretarias Municipais de Saúde terão até a próxima terça-feira (26) para encaminhar à Sespa seus planos municipais e necessidades, para que seja elaborado o Plano Emergencial, considerando a realidade e peculiaridades de cada município.

Até 2015 o número de casos de malária vinha caindo no Estado, passando de 183.646, em 2010, para 11.266 casos em 2015. No entanto, um incremento da doença foi registrado a partir de 2016, com um total de 14.495 casos, e que se estende até o momento com um total de 20.365 registros, já representando um aumento de 40,5% em relação ao ano passado.

Controle - O objetivo do Plano Emergencial é fortalecer as ações de controle da malária nesses 10 municípios, com o fornecimento de equipamentos, insumos e pessoal treinado para auxiliar as equipes locais, principalmente com medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento imediato do doente de malária.

Considerando que dos 10 municípios, quatro detêm 61% dos casos de malária no Pará - Anajás (4.303), Bagre (3.268), Curralinho (2.832) e Oeiras do Pará (2.295), totalizando 12.698 casos, tornando o Marajó e o Baixo Tocantins áreas altamente endêmicas -, o secretário Vitor Mateus disse que o Estado precisa adotar estratégias diferentes dos demais para que a doença não avance. “E nós já estamos com várias equipes atuando na zona rural desses municípios fazendo busca ativa, treinando microscopistas e distribuindo mosquiteiros, geradores em lugares onde não há energia para os microscópios funcionarem, e também apoiando as Unidades Básicas de Saúde para melhorar o atendimento aos doentes de malária”, informou o titular da Sespa.

O diretor de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, atribui esse aumento à falha na vigilância municipal. “Mas o que importa é que o governo do Estado está atento, e por meio da Sespa vai apoiar e reforçar o trabalho nesses 10 municípios”, garantiu o diretor. “Pois não queremos que o Pará volte a ocupar o primeiro lugar em casos de malária na Região Norte. Éramos o quarto, e já estamos em terceiro, atrás do Amazonas (1º) e do Acre (2º), por causa desse aumento de casos”, acrescentou Bernardo Cardoso.

Causas em Anajás - O diretor de Endemias de Anajás, Emílio da Silva Barbosa Júnior, explicou que a malária no município ocorre pelo fato de o extrativismo ser a principal atividade econômica local, obrigando o homem a entrar na mata, e também em função do sucateamento de barcos, sumiço de microscópios e de geradores doados pelo governo do Estado, uma constatação da nova gestão municipal que já foi denunciada ao Ministério Público do Estado e ao Ministério Público Federal.

“Isso, inclusive, levou a uma subnotificação de casos desde 2016. Mas com apoio da Sespa já retomamos algumas ações, como busca ativa, garantia de tratamento aos doentes e treinamento de microscopistas, que será feito pelo Laboratório Central da Sespa. O resultado positivo desse trabalho é que já houve uma redução de 80 casos de malária entre julho e agosto deste ano”, disse Emílio da Silva Barbosa Júnior, informando que a equipe da Sespa está atuando no Baixo e Alto Anajás, e a Secretaria Municipal de Saúde no Rio Mocoões.