Plataforma Logística do Guamá beneficia empresas e melhora a mobilidade
Desafogar o trânsito na Região Metropolitana de Belém (RMB) e investir na melhoria logística do Pará. Essa é a proposta da criação da Plataforma Logística do Guamá (PLG), que ficará no município de Inhangapi, no nordeste paraense. A obra vem sendo estudada por equipe do governo do Estado junto com empresários locais e deve sair do papel no próximo semestre, segundo reunião ocorrida no início da tarde desta quinta-feira, 26, no Palácio dos Despachos, entre o governador Simão Jatene, o deputado Márcio Miranda, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, e representantes da recém-criada Associação da Plataforma Logística do Pará (APL).
O chefe do Executivo Estadual acredita que a Plataforma Logística do Guamá poderá ser um modelo para ser reproduzido em outras regiões do Estado. Ele destaca que os ganhos, tanto para a região metropolitana, quanto para o nordeste paraense, são positivos. “Com a Plataforma Logística do Guamá, toda a carga que vem da Zona Franca de Manaus e vai para o nordeste, por exemplo, deixará de entrar em Belém, descongestionando o trânsito e passando direto para a plataforma do Guamá. Isso ajuda na mobilidade urbana da região metropolitana e diminui os custos de transporte para o empresário, criando ainda um polo de desenvolvimento na região”, disse.
Simão Jatene afirmou ainda que o governo também pretende investir na paisagem da cidade, com uma nova janela para o rio ao longo da Rodovia Artur Bernardes. Os portos que ficam na área poderão ser transferidos para a PLG. Os empresários armadores que fazem parte da Associação da Plataforma Logística do Pará aceitaram o desafio e se comprometeram em investir na plataforma e contribuir para a melhoria da paisagem urbana de Belém.
O empresário e presidente da APG, Eduardo Carvalho, disse que vários empresários sinalizaram interesse em se instalar na PLG. “Os membros da Associação da Plataforma Logística do Pará pretendem se instalar na Plataforma Logística, além de grandes empresas de outros Estados, como é o caso da Transportes Bertolini, de Manaus, que procurou informações sobre o projeto. Acreditamos que a Plataforma no Guamá será um grande benefício para o Estado e para os empresários”, afirmou.
Complexo – A Plataforma Logística do Guamá abriga uma área de 12 mil hectares reservada por decreto estadual, com capacidade para acomodar mais de 50 Estações de Transbordo de Carga (ETC), com toda infraestrutura de pavimentação, energia elétrica e esgotamento sanitário. A primeira etapa do projeto será desenvolvida em uma área de mil hectares, na beira do Rio Gramá, onde haverá uma Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4), para as empresas que não têm demanda ou condições de se instalar no complexo logístico.
O diretor de Gestão Portuária da Companhhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), Haroldo Bezerra, explica que a IP4 é um porto público que garante a manutenção dos serviços prestados pelos armadores de pequeno porte. “O governo está atento a esse detalhe. Não visamos apenas alcançar o armador de médio e grande porte. Estamos interessados também em oferecer infraestrutura para o pequeno armador. Dessa forma o governo garante que todos desfrutem de todas as instalações sem necessariamente precisar adquirir um ETC”, detalhou.
A primeira etapa do projeto terá um investimento de R$ 103 milhões. O orçamento, aprovado pelo Legislativo Estadual, será financiado pelo Banco do Brasil. As próximas etapas de responsabilidade do governo contemplam a construção de um Polo Naval, uma área destinada para a instalação de estaleiros para a construção de embarcações, promovendo a manutenção da construção de barcos, que é uma cultura dos paraenses. Também estão previstas a pavimentação e abertura de vias de acesso para a plataforma logística, ligando as rodovias BR-316 e PA-136, além da abertura de um ramal com desvio de 12,8 quilômetros, possibilitando que os caminhões passem direto para a BR-316 sem ocupar o trânsito no centro da cidade de Castanhal.
A estrutura física para a instalação de Estações de Transbordo de Carga serão de inteira responsabilidade das empresas que adquirirem um lote no condomínio logístico, não onerando os cofres públicos e promovendo a geração de emprego e renda para a população local. “Era um sonho antigo da nossa região. A Plataforma Logística do Guamá é a redenção econômica do nordeste paraense. Não tenho dúvida que é o maior projeto econômico e social para criar uma saída por água do que é produzido aqui. Isso se reflete na manutenção das nossas estradas e no desenvolvimento de Inhangapi e das cidades vizinhas, como Castanhal e Bujaru”, disse o presidente da Assembleia Legislativa.
Também participaram da reunião o presidente do Sindicato dos Armadores do Pará (Sindarpa), José Rebelo III, o diretor administrativo e financeiro da CPH, Hugo Hachem, e o secretário executivo da Associação dos Municípios do Nordeste Paraense (Amunep), José Feitosa.