Projeto Mundiar chega à terceira nação indígena no Pará
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) deve iniciar ainda este ano a matrícula no Mundiar de novos alunos indígenas da etnia Guajajara, em Itupiranga, no sudeste paraense. Esta é a terceira nação indígena a aderir ao Projeto Mundiar no Pará, uma parceria com a Fundação Roberto Marinho com o objetivo de acelerar a aprendizagem, compatibilizando a idade do aluno com o ano de estudo.
Em 2016, aderiram ao projeto Mundiar as nações Gavião, cujo território fica em Bom Jesus do Tocantins, município também do sudeste do Pará. Com a iniciativa, voltaram para a sala de aula 91 indígenas no Ensino Fundamental (56) e Médio (35). A Escola Estadual Tatakti Kyikatêjê abriga a maioria das turmas. Há uma turma na aldeia Akrãtikatêjê e uma turma de Ensino Médio na aldeia Koyakati, do povo Kyikatêjê. Todos são povos da nação Gavião, oriundos das áreas atingidas pela barragem de Tucuruí, e que foram remanejados para as reservas em Bom Jesus do Tocantins. Há também uma turma de Ensino Médio na aldeia Nova Jacundá, do povo Guarani, no município de Jacundá, também no sudeste, sob a responsabilidade da Escola Irmã Dorothy Stang.
Segundo o coordenador Estadual do Mundiar, Marcos Lopes, o Mundiar tem todos os pré-requisitos necessários para atrair os indígenas de volta para a sala de aula, uma delas é o sistema de aprendizado baseado nas teleaulas e a dinâmica das atividades, que traz as questões didáticas para o cotidiano dos alunos, o que chama a atenção dos estudantes indígenas, que se motivam muito pela linguagem oral e audiovisual.
O Pará tem sete escolas indígenas: Francisco Tembé, em Capitão Poço, Félix Tembé, em Santa Luzia, Peptykre Paratejê e Tataktiky Katejê, Kate kapônati, Ronare Kaperê e Me Akrê, todas em Bom Jesus do Tocantins. Somente a Escola Tatakti Kyiatejê tem 360 alunos indígenas matriculados. Ao todo, a rede tem 2.200 alunos indígenas matriculados.