Missão Almeirim combate garimpos ilegais na Amazônia
Uma grande operação de combate a garimpos ilegais foi realizada de 1º a 7 de março, pelo Sistema de Segurança Pública do Pará, em parceria com a Marinha do Brasil e a Polícia Federal, nos municípios de Almeirim, no oeste paraense, e Laranjal do Jari, no Amapá. Cerca de 100 agentes foram mobilizados para a “Missão Almeirim”, que integra a operação Amazônia Azul, coordenada pelo Comando de Operações Navais da Marinha.
O Estado participou com agentes da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal da Segup, Grupamento Aéreo (Graesp) e Grupamento Fluvial (Gflu) de Segurança Pública, Polícia Militar (Comando de Missões Especiais), Polícia Civil, Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa).
Entre as instituições federais a operação mobilizou integrantes da Marinha, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além de combater as áreas de garimpo, os agentes de segurança também atuaram na fiscalização de embarcações e aeronaves usadas na região.
Para dar apoio ao trabalho de atuação nas áreas de garimpo identificadas pelo núcleo de inteligência da operação, a Missão Almeirim contou com o suporte de duas embarcações do Gflu, duas aeronaves do Graesp e o Navio Hidroceanográfico "Garnier Sampaio", da Marinha, onde foi montado um centro operacional. “Toda a metodologia da operação foi baseada no trabalho de inteligência para localizar os principais fornecedores de insumos para esses garimpos, principalmente o fornecimento de cianeto e mercúrio, que são substâncias altamente tóxicas para a sociedade”, explicou Carlos Neto, assessor técnico militar do Censipam.
Resultado - Em dois dias de incursão aos garimpos, nove pessoas foram detidas, e liberadas após averiguações. Segundo o comando da operação, nos locais foram encontrados graves indícios de trabalho escravo. Também foram apreendidas três armas tipo cartucheira, duas balanças de precisão e três bateias (recipiente de fundo cônico onde se lava areia para encontrar ouro ou outro metal), além de diversos explosivos, espingardas, munições e cianeto, produto altamente tóxico usado na mineração de ouro.
Para o delegado Silvio Birro, diretor do Núcleo de Apoio de Investigação do Oeste do Pará, a operação cumpriu seu papel. “Essa operação foi muito satisfatória. Graças a essa integração de todos os órgãos, tudo se desencadeou da melhor forma possível. Conseguimos elementos suficientes para que sejam realizados vários procedimentos policiais encaminhados à Justiça”, informou Silvio Birro.