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Olympia: projeto resgata tradição do cinema mudo em Belém

Por Redação - Agência PA (SECOM)
11/03/2015 13h11

Todas as segundas e terças-feiras de cada mês é dia de nostalgia no Cine Olympia. O projeto “Cinema e Arte”, criado em 2013, em Belém, leva clássicos do cinema mudo para serem exibidos com a participação do pianista Paulo José Campos de Melo, superintendente da Fundação Carlos Gomes. Nesta terça-feira, 10, foi exibido o drama escrito por Charles Chaplin, “Casamento e Luxo”. Antes de cada sessão há uma apresentação feita pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará, Marco Antônio Moreira, que também explica um pouco sobre a importância do projeto.

“Com esse projeto você consegue ter duas coisas recuperadas: a importância do cinema mudo, pois são filmes maravilhosos, fantásticos, experimentais, com títulos reconhecidos. Porém, muitos não são conhecidos pelo público. Em seguida, nós recuperamos a tradição de exibir filmes com o acompanhamento musical. Isso ocorreu no cinema durante anos. Se formos levantar historicamente esta informação no cinema, a partir de 1929 chegou o chamado cinema falado. Então, de 1895 até 1930 era assim que funcionava, inclusive aqui em Belém. É muito bacana você vir num cinema centenário como o Olympia e de alguma forma lembrar desse clima da época”, diz o crítico de cinema, que também é o organizador da programação no Olympia.

O projeto se mistura à história musical do pianista Paulo José, pois o seu primeiro improviso com o cinema mudo ocorreu em 1983, quando foi convidado para fazer a abertura do Festival de Cinema de Göttingen, na Alemanha.

“Esta é uma história inusitada, pois eu praticamente me apropriei deste projeto, por que quando eu fui convidado a participar, ainda nos anos 80, executava as trilhas originais. E por um acidente de percurso, quando me deram uma trilha que era maior do que o filme, a filha do próprio Chaplin me autorizou a improvisar durante as exbições. Quando eu comecei a fazer isso, fui me soltando cada vez mais e desenvolvi uma técnica própria de acompanhar somente aquilo que as imagens mostram. Eu acredito que com isso eu tenho uma liberdade muito grande para improvisar e, toda vez que isso ocorre, o prazer de tocar é maior. Além disso, cada sessão é única. Mesmo que eu toque ‘O Garoto’ dez vezes, nunca será igual", detalha o pianista.

Enquanto isso, na plateia, uma fã de cinema e também pianista falou sobre a impressão de assistir ao filme neste formato. “O que eu acho interessante neste projeto é que ele é único no Brasil, pois realmente nós ouvimos a música no estilo do cinema mudo. Ainda mais neste local, o cinema mais antigo em atividade no Brasil. O Paulo não toca qualquer música ou toca aleatoriamente. Ele assiste ao filme e você percebe que a música tem a ver com as cenas e com os sentimentos de alegria, tristeza, tensão, etc. É emocionante. E lógico que o Paulo Campos é um pianista muito bom, hoje, por exemplo, eu vi muita influência russa na trilha executada por ele”, diz a cinéfila e pianista Leandra Vital, 36 anos.

Serviço:
O projeto “Cinema e Arte” é apresentado todas as segundas e terças-feiras de cada mês, sempre às 18h30. Entrada franca. A realização é uma parceria da Fundação Carlos Gomes com a
Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel).