Truffaut, Saint-Laurent e Cinco Câmeras Quebradas no Cine Estação
Uma cinebiografia inédita de François Truffaut, dois documentários sobre o estilista Yves Saint Laurent, um clássico que inspirou Pedro Almodóvar e títulos coproduzidos na República do Congo, Canadá, Haiti, Palestina e Israel fazem parte da programação do Circuito de Cinema Francófono, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e OS Pará 2000, em parceria com a Aliança Francesa. As exibições começam nesta quarta-feira, 11, com sessões às 18h e 20h30. A entrada é franca.
Este ano, o Circuito traz o documentário “François Truffaut, uma autobiografia”, de Anne Andreu, que reúne entrevistas, fotos e arquivos pessoais do diretor para a compreensão dos temas comumente explorados em seus filmes, como a infância, as relações entre homens e mulheres e a primazia da arte em sua vida. “François Truffaut, uma autobiografia”, também é um retrato de muitas vozes: Cathérine Deneuve, Fanny Ardant, Jeanne Moreau, Milos Forman e Woody Allen (que confessa pela primeira vez sua paixão pelo cinema de Truffaut).
A imagem emblemática de Saint-Laurent marca presença em dois documentos visuais realizados por David Teboul: “Yves Saint Laurent - O Tempo Redescoberto” e “Yves Saint Laurent 5, Avenue Marceau 75116 Paris”. O primeiro registra grandes momentos de sua infância e adolescência, de sua brilhante carreira e os encontros que marcaram sua vida. O segundo tem a participação de Catherine Deneuve e revela a fase em que Saint Laurent aceitou abrir as portas de sua “casa de costura” para uma equipe de cinema. A câmera de David Teboul conduz uma narrativa às portas fechadas e o público se depara com um profissional perfeccionista em meio ao corpo a corpo dedicado à criação: desde os croquis até o modelo final.
A influência do cinema de Georges Franju na filmografia de Pedro Almodóvar marca presença em “Olhos sem Rosto”, clássico perturbador que inspirou o cineasta espanhol na realização de “A Pele que Habito”. No filme “Olhos sem Rosto”, o cirurgião Genessier deseja remodelar a face de Christiane, que teve o rosto desfigurado após um acidente de carro. Mas para ele realizar o processo, terá que arrancar a pele de outras garotas.
Câmeras Quebradas
Dentre as produções contemporâneas, o destaque fica com o comovente “A Última Fuga”, de Léa Pool; e “Cinco Câmeras Quebradas”, melhor direção de documentário no Festival de Sundance e indicado ao Oscar na mesma categoria. Em “A Última Fuga”, a família Lévesque se reúne para sua tradicional celebração natalina, mas desta vez o clima é outro: o patriarca está sofrendo e suas recomendações médicas tiram um pouco do brilho da festa. Nos meses que se seguem, a família fica dividida entre seguir as recomendações rígidas do neurologista ou preservar os pequenos prazeres do pai.
“Cinco Câmeras Quebradas” narra a história de Emad, um jovem palestino e suas câmeras de vídeo domésticas. Em 2005, as escavadoras israelenses chegam a Bil'in para construir um muro que delimitará o perímetro de um gigantesco assentamento judeu. Com sua câmera, Emad grava esta história de resistência e, em paralelo, o crescimento de seu filho, Gibreel Emad. Enquanto os ataques israelenses destroçam uma câmera após outra e, com elas, as vidas de alguns de seus companheiros, Emad continua adquirindo novas câmeras e filmando o que acontece a seu redor.
O público também poderá conferir as coproduções ambientadas em países que falam a língua francesa. “Moloch Tropical”, de Raoul Peck, capta imagens do presidente do Haiti durante o aniversário de 200 anos de independência e o caos instaurado pelo clima de rebelião. Com influência do gênero policial para uma ação localizada no Congo, “Viva Riva!”, de Djo Munga, alcançou notoriedade durante Mostra Fórum do Festival de Berlim e foi o grande premiado como melhor filme africano no MTV Movie Awards. O filme apresenta a guerra de gangues durante a crise de combustível no Congo.
O Circuito de Cinema Francófono no Cine Estação das Docas é organizado pela Aliança Francesa em Belém, com apoio da Cinemateca da Embaixada da França e Institut Français.
Programação
11/03 (quarta)
18h: Moloch Tropical, de Raoul Peck. Cor/106’. 14 anos.
20h30: Yves Saint Laurent 5, Avenue Marceau 75116 Paris, de David Teboul. Documentário em cores/78’. Livre.
12/03 (quinta)
18h: Viva Riva, de Djo Munga. Cor/98’. 14 anos.
20h30: Yves Saint Laurent - O Tempo Redescoberto. Documentário em cores/78’. Livre.
15/03 (domingo)
10h: Olhos sem Rosto, de Georges Franju. Preto e branco/88’. 18 anos.
18h: Cinco Câmeras Quebradas, de Emad Burnat. Documentário em cores/94’. 14 anos.
20h30: A Última Fuga, de Léa Pool. Cores/92’. 14 anos.
25/03 (quarta)
18h: François Truffaut, uma autobiografia, de Anne Andreu. Documentário em cores/78’. Livre
20h30: Yves Saint Laurent 5, Avenue Marceau 75116 Paris.
26/03 (quinta)
18h: Olhos sem Rosto
20h30: Yves Saint Laurent - O Tempo Redescoberto
29/03 (domingo)
10h: François Truffaut, uma autobiografia
18h: Cinco Câmeras Quebradas
20h30: A Última Fuga