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Programa de qualidade do cacau paraense prevê ações que vão do produtor até a indústria

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/03/2015 13h38

O programa estadual de melhoria da qualidade do cacau trabalhará com cinco projetos prioritários para serem desenvolvidos ao longo dos próximos anos. Os projetos, definido pelo grupo de trabalho da cacauicultura formado por técnicos  da Secretaria de Estado de Produção Agropecuária e da Pesca (Sedap), junto com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), contemplam desde ações voltadas para os produtores, destinadas a melhorar a qualidade da amêndoa paraense, até a divulgação do produto paraense em eventos nacionais e internacionais.

O projeto de melhoria da qualidade do cacau paraense vai atuar diretamente nas áreas de lavoura, prestando assistência técnica especializada de forma a elevar a qualidade do produto. “Nossa meta é fazer com que os agricultores produzam cacau do tipo 1, destinado à exportação”, explica o diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Sedap, Luiz Pinto.

Outro projeto prioritário é o de capacitação à produção de chocolates finos, onde a expectativa é trazer para o Pará cursos modulares para formação na área de chocolataria gourmet. O apoio à verticalização local da produção será dado pelo projeto de agroindustrialização do cacau, onde serão estabelecidos atrativos para a implantação de indústrias de diferentes portes no Estado.

Os produtores de chocolate artesanal são o público-alvo de outro dos projetos do programa: o de qualificação da produção do chocolate artesanal – bombons e ovos de páscoa, especialmente. A ideia desse projeto é fazer com que os produtores artesanais passem a utilizar chocolate paraense em substituição à gordura vegetal hidrogenada empregada por boa parte deles.

E, por fim, o estímulo à participação em concursos nacionais e internacionais de qualidade do cacau e do chocolate será mais um dos projetos para execução nos próximos anos. “O cacau produzido no Pará tem condições únicas de se inserir no mercado nacional e internacional porque é plantado em cinco áreas do Estado com características diferentes: Transamazônica, sudeste do Pará, Baixo Tocantins, Médio Amazonas e nordeste paraense. Cada um destas áreas tem potencial para gerar cacau de “terroir” (produto próprio de uma área limitada) de alta qualidade para exportação”, avalia Luiz Pinto.

Com uma safra que, em 2014, superou a marca de 100 mil toneladas de amêndoas secas, o Pará deve, nos próximos anos, suplantar a Bahia e ocupar o lugar de líder brasileiro na produção da amêndoa. A produtividade média dos cultivos paraenses atinge 950 quilos por hectare. Quase 80% da produção vem da agricultura familiar e o plantio garante uma renda média mensal de R$ 3 mil para cada módulo médio de 10 hectares por família de agricultor.

A área plantada no Pará hoje é de 150 mil hectares, dos quais 108 mil estão em fase de produção, e vem se expandindo a uma taxa média anual acima de 10%. Nos últimos cinco anos a produção cresceu, em média, 7% ao ano. Tudo isso sem impacto ambiental, já que o plantio dos cacaueiros é feito em sistemas agroflorestais. Na verdade, o cultivo do cacau até ajuda a reduzir as perdas ambientais.