Pará avança nas ações de defesa sanitária animal
O Governo do Pará está se preparando para obter, em maio do próximo ano, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Sanidade Animal (IOE) da extinção das zonas tampão de febre aftosa nas divisas com os estados do Amazonas e Amapá. Com isso, o Pará passará a ser considerado totalmente livre de febre aftosa, com vacinação.
O trabalho bem sucedido de erradicação da febre aftosa no rebanho paraense começou em 2002, com a criação da Adepará. Em quinze anos de trabalho, o Pará conseguiu não só eliminar a doença, como criou um capital técnico especializado que passou a dar apoio às ações de defesa sanitária nos estados vizinhos do Norte, colaborando para que o Amazonas e o Amapá também lutassem para obter as certificações. “E agora que o Amazonas e o Amapá estão se tornando livres, nós poderemos eliminar as nossas chamadas zonas tampão e passarmos a ser 100% livres de aftosa com vacinação”, explica o presidente da Adepará, Luiz Pinto, acrescentando que a Agência se prepara agora para vencer um novo desafio: tornar o Pará zona livre de febre aftosa sem vacinação até 2.022.
A erradicação da doença em território paraense é um caso de sucesso dos órgãos estaduais de defesa sanitária animal reconhecido internacionalmente. Não por acaso, o Pará vai sediar, em dezembro deste ano, o V Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal (Endesa), promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O Endesa foi apresentado nesta quinta-feira (28) por técnicos do Ministério, durante um café da manhã na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), em Belém.
No lançamento estiveram presentes, além do presidente da Faepa, Carlos Xavier, e técnicos do Serviço Veterinário do governo federal, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, o presidente da Adepará, Luiz Pinto, representantes da Emater e de outros órgãos estaduais e federais ligados ao setor agrícola e produtores rurais.
“Nosso rebanho é um dos maiores dos Brasil, com mais de 21 milhões de cabeças, o que demonstra a importância do setor para a economia local e nacional e, como consequência, do fortalecimento das ações de defesa sanitária”, afirmou o presidente da Faepa. Para o secretário Giovanni Queiroz, a realização do Endesa no Pará é uma oportunidade extraordinária de dar visibilidade aos avanços que estão ocorrendo no setor agrícola e pecuário paraense. “Nós temos condições extraordinárias para produzir alimentos e é preciso cada vez mais divulgá-las para atrair novos investimentos e desenvolver as cadeias produtivas como um todo, envolvendo desde os produtores familiares até os de maior porte”, avaliou Giovanni.
A assessora administrativa do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, Liciane Cavalcante, explica que o Endesa deve contar com mais de mil participantes. São aguardados palestrantes nacionais e internacionais que abordarão temas relacionados ao papel dos serviços veterinários na produção e comércio seguro de alimentos e no bem-estar animal. “Também deveremos contar com uma delegação da OIE que virá diretamente da França”, acrescentou. O tema do encontro será “Serviço Veterinário Brasileiro: Em busca da Sustentabilidade”.